Palestrantes avaliam caminhos alternativos para a recuperação de créditos
A Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, promoveu, nesta sexta-feira, 30 de novembro, a 133ª reunião do Fórum Permanente de Direito Empresarial, que abordou o tema “Caminhos Alternativos para a Recuperação de Créditos”.
Debruçado sobre o tema “Dívida Pública Ativa e Dívida Privada”, o professor Luiz Felizardo Barroso, que presidiu a mesa, falou sobre os panoramas da negociação e de como a judicialização se tornou uma alternativa retrógrada.
“Em uma cultura antiga só o Judiciário é uma opção para solucionar conflitos de recuperação de crédito. Hoje, ele ainda é o meio mais procurado, mas nós esperamos que, um dia, passe a ser uma alternativa e que o corriqueiro seja a conversa, a negociação e a mediação”, explicou o professor Luiz Felizardo.
O segundo convidado, o advogado Leonardo de Camargo Barroso, falou sobre a importância da tecnologia como apoio para as indústrias e expôs o painel “Recuperando Ativos Financeiros com Apoio Tecnológico”. Considerou: “Sempre há algo novo tentando um contato e a viabilidade para a negociação. A gente já vê a tecnologia tomando tarefas que eram feitas por pessoas. Por exemplo, existem robôs fazendo auto negociação e discagem automática” afirmou.
Barroso ressaltou também que existe uma dicotomia entre até onde vai o limite da máquina e até onde ainda é necessário o ser humano na negociação e que a mediação é um caminho menos penoso para ambas as partes negociantes.
O fundador da Câmara de Mediação Pacify, o advogado Alcysio Canette, defendeu a ideia de que a mediação é o método mais adequado para a recuperação de créditos. “A mediação não tem todo o processo burocrático da arbitragem, que é um processo muito caro e demorado. A mediação trabalha com os valores subjacentes das pessoas e tenta propor, com previsibilidade o que vai acontecer”, afirmou o advogado.
Alcysio Canette explicou que no fundo as pessoas tendem a não gostar de serem inadimplentes. É mais uma questão econômica do que uma questão jurídica.
“Quando nós conseguimos trabalhar esse problema econômico melhor, e o devedor consegue entender a posição econômica na qual ele está, a negociação consegue ser mais eficiente do que a arbitragem”, disse o advogado Alcysio Canette.
30 de novembro de 2018.
Fonte: Assessoria de Comunicação Institucional da EMERJ.