Fechar

Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



Caso “Marielle Franco” é discutido na Escola da Magistratura do Rio

clique nas imagens para ampliar

“A morte da Marielle foi um crime político, e assassinar um parlamentar, um representante do povo, não é bom para nenhuma democracia do mundo”, destacou o desembargador Alcides da Fonseca Neto, presidente do Fórum Permanente de Segurança Pública e Execução Penal da EMERJ, durante a abertura do evento “Parlamento sem Marielle”.

O encontro, promovido pelo Fórum, nesta segunda-feira, 27 de agosto, reuniu magistrados, outros operadores do Direito, professores, estudantes e representantes da sociedade civil.

O chefe da Divisão de Homicídios, delegado Fábio Cardoso, um dos palestrantes, disse que não pode estabelecer um prazo para a conclusão das investigações. Para não prejudicar a elucidação do caso, o delegado não pôde revelar detalhes: “O homicídio foi em razão da atuação da Marielle como parlamentar, isso já está claro, mas investigar um homicídio não é uma receita de bolo, cada caso é um caso e não podemos permitir que a opinião pública ou qualquer interferência externa, que não seja técnica, influencie na investigação”.

Renata Souza, que foi chefe de gabinete da vereadora Marielle Franco, chamou a atenção para uma reflexão sobre o crime: “Este debate é importante para dizer o quanto a democracia está em risco com o assassinato de uma mulher negra, em ascensão social e política, dentro de uma sociedade que não promove direitos iguais. Entender Marielle é também entender como a nossa democracia está ferida de morte”.

Ágatha Arnaus Reis, a viúva do Anderson Pedro Gomes, motorista que morreu junto com Marielle, assistiu às palestras e falou da relevância do evento: “O crime aconteceu diante de uma intervenção militar e debates como esse são importantes porque abrem os nossos olhos para o momento político que estamos vivendo, para o país em que estamos vivendo. É preciso debater o caso para que isso não se repita com outra família”.

Também participaram do encontro o coronel Íbis Pereira, membro do Fórum, e a deputada Martha Rocha, presidente da Comissão de Segurança e Assuntos de Polícia da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ).

O crime:

A vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Pedro Gomes foram mortos a tiros dentro de um carro no bairro do Estácio, no Rio, dia 14 de março deste ano. Cinco meses após a execução, a investigação ainda não levou as autoridades aos autores do crime. A participação de grupos de milicianos é apontada como uma das linhas de investigação.

27 de agosto de 2018

Fonte: Assessoria de Comunicação Institucional da EMERJ