Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro

Foto:Felipe Cardoso/TJRJ

Leia na íntegra:

Eleito diretor da Escola da Magistratura do Estado do Rio (Emerj), o desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo passou por todas as áreas do direito até chegar à 2ª instância, atuando em câmara cível há 14 anos. Professor da EMERJ no curso de pós-graduação durante quatro anos, Cardozo revela que sempre sonhou em chegar à direção da escola. “A Emerj sempre foi um sonho, assim como foi o objetivo de ser magistrado, ser diretor de uma escola de magistrados era outro sonho, que está sendo possível atingir em razão do apoio que eu tive dos colegas e certamente da mão de Deus”. A Emerj não apenas forma e aperfeiçoa magistrados, mas também oferece cursos de especialização e 18 fóruns permanentes abertos à comunidade. Faz conexão entre os juízes e a sociedade.

Como e por que o senhor se tornou magistrado?

RICARDO CARDOZO - Venho de uma família de magistrados, meu pai também foi desembargador, meu avô foi ligado à carreira jurídica e desde pequeno eu vivenciei o poder judiciário. Então, fui uma criança que sempre pensou em fazer Direito, nunca me passou na cabeça ter outra profissão desde tenra idade. Posteriormente, à medida que fui crescendo, veio a vontade de seguir a carreira do meu pai. Antes, porém, fui defensor público por seis anos, isso aconteceu em 1988, ou seja, ano que vem faço trinta anos de magistratura. Eram outros tempos, com um pouco de sorte, depois de 14 anos de carreira, eu cheguei a desembargador.

A experiência na Defensoria, se todos pudessem vivenciar, seria muito bom. Porque manter contato com a Defensoria e depois se tornar juiz faz com que o magistrado veja a necessidade de uma prestação jurisdicional eficiente, com muito maior importância. E justamente por isso eu hoje, como magistrado, desembargador e juiz no passado, sempre me preocupei com esse tipo de questão. Ou seja, não adianta aplicar só a lei, é necessário que a prestação do serviço jurisdicional seja eficiente, célere, porque uma prestação lenta torna-se injustiça

O que é a Escola da Magistratura e o que ela representa para o Tribunal?

RICARDO CARDOZO - As escolas judiciais têm a função constitucional de formar e aperfeiçoar os magistrados. Cada estado tem a sua e o foco é esse. Desde a sua formação inicial, a escola recebe o magistrado, eles passam quatro meses aqui e só depois assumem varas, juízos, comarcas.

O que o senhor considera primordial na sua atribuição e o que esperar dos próximos dois anos dessa gestão?

RICARDO CARDOZO - Eu assumi a Emerj basicamente com dois focos, um na parte administrativa, torná-la uma nova Emerj, mais moderna, mais conectada com as novas tecnologias, uma nova maneira de gestão. Por isso, com o apoio do presidente do Tribunal, enviei ao Órgão Especial um projeto de restruturação administrativa, que já foi aprovado na última sessão. Mas o meu objetivo primordial e básico é realmente voltar a Emerj para o magistrado. Temos que oferecer cursos de qualificação para o magistrado, fazer com que ele possa tirar proveito no seu cotidiano, naquilo que ele pode melhorar. Cursos de gestão, de relacionamento com a mídia, de matérias que discutam temas mais atuais. Não adianta, por exemplo, nós pensarmos em cursos, palestras e tudo que não esteja conectado ao juiz, que é um homem extremamente ocupado, com um volume de trabalho altíssimo. Então, se temos que dispor do tempo dele, que seja um tempo que ele possa tirar proveito daquilo que se aplique à sua atividade jurisdicional, tornando-a mais eficaz.

A Escola também promove fóruns que são abertos aos cidadãos. O que o cidadão pode esperar da Emerj? RICARDO CARDOZO - A Emerj não deixa de ser um grande laboratório. O foco principal é o magistrado, mas isso não significa que nós não estejamos preocupados tanto com a formação de pessoas que queiram fazer concurso, quanto com a sociedade como um todo. Por isso, nós temos os fóruns que foram totalmente remodelados por mim. É essencial que a renovação se dê periodicamente, as pessoas chegam mais entusiasmadas com aquele novo mistério que ela tem. Então, optamos por esse caminho porque sentimos que era o necessário no momento, e essa é a nossa contribuição. São fóruns abertos em que a comunidade não propriamente jurídica pode participar e onde a procura é muito grande, além das palestras que são oferecidas e abertas a todos.

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Fonte: TJRJ