Fechar

Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



Feminicídio é tema da 2ª roda de conversa do programa Livro Aberto desta temporada


Feminicídio é tema da 2ª roda de conversa do programa Livro Aberto desta temporada
clique na imagem para ampliar


Na noite da última quinta-feira, dia 26, a Comissão de Biblioteca e Cultura da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) apresentou o conto “Venha ver o pôr do sol”, da escritora Lygia Fagundes Telles, no programa Livro Aberto. Essa é uma iniciativa da Biblioteca Desembargador José Carlos Barbosa Moreira TJERJ/EMERJ que ocorre quinzenalmente, por meio das plataformas Zoom e YouTube, com tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Essa 2ª temporada tratará dos contos da escritora Lygia Telles, vencedora do Prêmio Camões.


O Livro Aberto traz magistrados do TJRJ para lerem contos de escritores brasileiros e estrangeiros e, após a leitura, os operadores do Direito fazem uma reflexão crítica sobre o texto literário. Nessa edição, além dos leitores são convidadas personalidades do Direito para conversarem com os magistrados leitores.


A advogada Leila Linhares, fundadora e coordenadora executiva da organização não governamental Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação (CEPIA) e membro do Fórum Permanente de Violência Doméstica, Familiar e de Gênero da EMERJ, foi a convidada especial para a roda de conversa.


Os demais participantes do encontro foram: a desembargadora Ana Maria Pereira de Oliveira, presidente da Comissão de Biblioteca e Cultura da EMERJ; Silvia Monte, diretora do programa; e os juízes Alessandra Aleixo, Andrea Barroso, Ricardo Andrade, Adriana Ramos de Mello e Elizabeth Louro.


Roda de conversa:


A advogada Leila Linhares tratou dos casos de feminicídio no Brasil: “Nós falamos muito da Ângela Diniz, mas foram várias mulheres assassinadas, foram sucessivos feminicídios que tiveram repercussão porque eram mulheres que tinham uma evidência social. A história do nosso país é de muita violência e de muita violência contra as mulheres, não podemos esquecer do estupro das mulheres indígenas e escravizadas. Nós temos um padrão de violência e taxas de violência muito altas. Então, está escrito na nossa história, e por mais que o Código Civil tenha mudado, os valores do Código Civil antigo ainda estão presentes na nossa sociedade, ou seja, não são homens velhos matando suas velhas esposas, e sim homens jovens matando suas jovens companheiras”.


Ângela Maria Fernandes Diniz foi uma socialite brasileira, assassinada pelo seu companheiro, Raul Fernando do Amaral Street em 1976 numa casa de praia em Búzios, no Rio de Janeiro.


A juíza Adriana Mello concordou com a advogada Linhares e falou sobre a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher de 1979 (CEDAW 1979): “Essa luta vem há muito tempo. A década de 70 foi considerada a década da mulher internacionalmente, porque culminou em 79 com a grande convenção para a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres”.


No artigo 1º da convenção CEDAW está expresso o que é considerado discriminação contra a mulher: “Para fins da presente Convenção, a expressão “discriminação contra a mulher” significará toda a distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo e que tenha por objeto ou resultado prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher independentemente de seu estado civil com base na igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos: político, econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro campo”.


O conto “Venha ver o pôr do sol”:


Ricardo, ex-namorado de Raquel, a convida para ver o mais belo pôr do sol, porém o local escolhido para o cenário romântico é um cemitério. Ela aceita ir ao encontro de Ricardo. No caminho, o ex-casal conversa e inicialmente parece ser um caso de “coração partido”, em que um dos lados não superou o término da relação.


Num dado momento, a conversa começa a ter um tom mórbido, já que Ricardo passa a falar dos familiares que morreram e foram enterrados no lugar. Após a longa caminhada pelo cemitério, finalmente o ex-casal chega à capelinha onde estavam os parentes falecidos de Ricardo e seguem até a lápide da prima Maria Emília. Quando Raquel repara na data de nascimento e morte da falecida, se dar conta de que a tal prima estava morta há mais de cem anos. A constatação de Raquel vem um pouco tarde demais, já que quando se vira, percebe que está trancada dentro do local.


Para assistir todo o programa acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=7Gn1kOJKhsA



27 de Agosto de 2021


Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)