Fechar

Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



Webinar foi promovido no mês do orgulho LGBTI+


Webinar foi promovido no mês do orgulho LGBTI+
clique na imagem para ampliar

A situação da comunidade LGBTI+ durante a pandemia foi o tema do encontro virtual promovido pelo Fórum Permanente de Violência Doméstica, Familiar e de Gênero e pelo Núcleo de Pesquisa em Gênero, Raça e Etnia (NUPEGRE), nesta segunda-feira, 29 de junho. O evento foi aberto pelo desembargador André Andrade, diretor-geral da EMERJ, que lembrou da importância de debater o tema na semana em que se comemora o Dia Orgulho LGBTI+ (28/06) em várias partes do mundo.


"Qual é o papel do Direito no alcance das conquistas em relação à população LGBTI+, que vem sofrendo toda sorte de preconceitos e discriminações? Com esse questionamento, a juíza Adriana Ramos de Mello, presidente do Fórum e do NUPEGRE, deu início aos debates.


"O Direito é um instrumento de busca de igualdade e de combate à discriminação", ressaltou a juíza Camila de Jesus Mello Gonçalves (TJSP). Entre outros pontos, ela abordou a participação das mulheres transexuais na luta feminista: "Eu penso que as mulheres trans são muito engajadas na luta feminista, porque elas representam exatamente o que as mulheres lutam tanto para conseguir, que é demonstrar que o corpo não prescreve comportamento."


Sobre a situação específica da população LGBTI+ durante a quarentena, a advogada Giowana Cambrone destacou que 90% das pessoas trans no Brasil vivem da prostituição, que é a única fonte de renda: "Se para LGBTI+ a rua é muito importante, ficar em casa durante o isolamento é muito doloroso. Embora a violência praticada em ambiente doméstico não seja só a violência física, a violência simbólica permeia principalmente as pessoas trans adolescentes. E há também as pessoas que já saíram da casa dos pais, justamente porque os pais não aceitavam suas vivências de acordo com as suas identidades de gênero, suas orientações sexuais; e, hoje, precisam voltar, porque não conseguem se manter, já que perderam a renda. Elas acabam voltando para o espaço de violência e, quando não conseguem, procuram abrigos ou ficam nas ruas mesmo".


A pedagoga, musicista e transfeminista Katyla Khaterine Valverde falou sobre o seu dia a dia e chamou a atenção para o preconceito e a discriminação:"É muito difícil ser uma mulher trans no Brasil. Quando vou ao supermercado, sou sempre observada de perto e, quando chego no caixa, sou sempre cercada por seguranças. E ainda sofro a discriminação velada no prédio onde eu moro".


A professora Lívia Paiva (IFRJ) atuou como mediadora do webinar.


Acesse o webinar no canal de Youtube da EMERJ.


29 de junho de 2020