Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro
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"Vivemos um momento em que quase a totalidade das atividades do Poder Judiciário se dá pela internet. A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) preparou um aplicativo para usarmos no celular, o Minhas Vontades", disse a presidente do Fórum Permanente de Biodireito, Bioética e Gerontologia, juíza Maria Agláe Tedesco Vilardo, na abertura do webinar "Minhas Vontades de Fim de Vida". O evento ocorreu na tarde da última sexta-feira (11), pelas plataformas Zoom e YouTube, e contou com a presença dos criadores do aplicativo, que apresentaram aos participantes a ferramenta e falaram da sua importância.
A médica e membro do Fórum Permanente de Biodireito, Bioética e Gerontologia Claudia Burlá explicou que o fundamento da ferramenta é permitir ao usuário determinar hoje quem será responsável por realizar as suas vontades e quais os tratamentos que gostaria de receber no futuro, caso ele tenha alguma doença que afete a sua capacidade de tomar decisões."Autonomia é um patrimônio. Isso diz respeito à minha biografia e aos meus valores, para que as pessoas que estão à minha volta acatem e façam valer a minha vontade, mesmo quando eu não conseguir mais expressar o que eu quero".
O médico-geriatra Daniel Azevedo explicou o porquê de criar uma plataforma que designasse quais são as suas vontades no futuro: "Nós, em 2017, por meio do jogo Cartas na Mesa, elaboramos uma cartilha de orientações que explica o que são Diretivas Antecipadas de Vontade, mas percebemos que isso não era suficiente".
A médica-geriatra Ana Beatriz Galhardi di Tommasso abordou algumas dúvidas que os usuários têm sobre o aplicativo, tais como, dizer a sua vontade e não ter um conhecimento mais profundo sobre a doença: "As pessoas ficam muito preocupadas de falar as suas vontades no relatório, por não serem da área da saúde. O Minhas Vontades é um direcionador, caso a equipe de saúde julgue que sua doença é grave, sem possibilidade de cura, e que as intervenções poderiam trazer mais malefícios do que benefícios".
"Este aplicativo é um facilitador do mundo contemporâneo", afirmou a juíza Maria Aglaé Tedesco Vilardo.
14 de setembro de 2020
