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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



"O adulto de hoje é o idoso de amanhã. Estamos a definir nosso futuro", afirmou professora, em webinar da EMERJ


O adulto de hoje é o idoso de amanhã. Estamos a definir nosso futuro, afirmou professora, em webinar da EMERJ
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"Gerontologia Social e Violência Contra Idosos- Direito e Psicologia - Visão de Portugal" foi o tema debatido em webinar da EMERJ, na tarde desta terça-feira (22). O evento foi realizado pelo Fórum Permanente de Bioética, Biodireito e Gerontologia da EMERJ, e as transmissões ocorreram através das plataformas Zoom e YouTube.


Para a diretora do mestrado em Gerontologia Aplicada da Universidade de Aveiro, Liliana Souza, quando se aborda sobre a terceira idade, as conclusões a que se chegam é pelo menos um dos 4D's : "Quando se pensa na velhice, geralmente o idoso é visto no âmbito dos 4D's: depressão, dependência, disability ou incapacidade e, por fim, deterioração cognitiva. Com isso, os cuidados com a pessoa idosa ficam muito centrados no corpo e nos cuidados físicos, porém deve-se cuidar também do lado emocional, eles devem se sentir bem".


A juíza do juízo local criminal do Barreiro Cláudia de Melo Graça tratou sobre os crimes cometidos contra a pessoa idosa e as dificuldades enfrentadas quando esse tipo de crime é praticado por algum familiar: "Em Portugal, há três tipos de crimes: os públicos, os semi-públicos e os crimes particulares. No último, é preciso que a vítima faça a queixa e tenha um advogado. E é nessa fase que começam os problemas, pois o idoso muitas vezes sente vergonha de dizer que foi enganado e tem dificuldade de acessar um advogado. Quando o autor é um familiar da vítima, esse quadro se torna mais complicado para se fazer a queixa, geralmente, a vítima prefere se calar. Muitos idosos sofrem com a violência física, psíquica ou doméstica, pois, com o aumento da crise econômica, muitos filhos regressam para a casa dos pais, filhos em torno dos 40 anos, alguns tóxico-dependentes, com saúde mental instável, e com isso ocorre a violência doméstica. Infelizmente, às vezes a pessoa idosa relata o crime não porque se reconhece como vítima, e sim para ajudar o agressor, como o caso de uma mãe que foi ao juizado para que o filho fosse internado".


No webinar também foi anunciado que o juiz do Tribunal de Família e Mentores do Barreiro António José Fialho é o novo membro do Fórum. Na oportunidade, ele contribuiu com o tema propondo que o cuidador informal tivesse algum subsídio para se manter: "No âmbito legal, as obrigações interfamiliares caem ao familiar mais próximo, mas se a pessoa idosa se sente bem com o cuidador informal, pode haver um acordo e pode ser dado um auxílio para que a pessoa possa ter algum sustento para cuidar desse senhor".


A presidente do Fórum, juíza Maria Aglaé Tedesco Villardo, finalizou o evento agradecendo a presença dos participantes e leu o último verso do poema “Cântico Negro”, de José Régio:


"Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: ‘vem por aqui’!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
Sei que não vou por aí!"


As inscrições nos webinares da EMERJ são gratuitas, basta acessar o site da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, na página Eventos EMERJ - Gratuitos.


Os eventos realizados ficam salvos no canal do YouTube “EMERJ Eventos”.


Assista este webinar na íntegra em https://www.youtube.com/watch?v=lz-QzpP-7cs



23 de setembro de 2020