Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro
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"Racismo no Esporte" foi o tema tratado na quarta reunião do Fórum Permanente de Direito e Relações Raciais. O evento ocorreu no dia 02 de dezembro, através das plataformas Zoom e YouTube.
"Acabamos de sair de novembro, o mês em que todos nós nos mobilizamos para essa discussão, mas esses debates não podem acontecer só em novembro, e sim o ano inteiro", afirmou o vice-presidente do Fórum, juiz André Nicolitt.
Para a ginasta Daiane dos Santos, o apoio familiar é relevante para que os negros cheguem a espaços que ainda não foram ocupados por eles. Na oportunidade, ela revelou a importância desse auxílio para a sua carreira: "Eu sempre tive esse apoio no meu lar, de pais pretos que injetavam essa injeção de orgulho, de presença e de direitos em mim".
A presidente do Fórum e promotora de Justiça, Lívia Sant'anna Vaz, falou do racismo no país: "A experiência do racismo no Brasil é uma experiência inevitável. As crianças negras vivem com isso, sempre, o que causa um sentimento de autorrejeição, autonegação”. Posteriormente, a promotora de Justiça comentou sobre a solidão da mulher negra e quão significativo é encontrar pessoas que os representam:
"Quando tratamos da solidão da mulher negra, isso não se resume, somente, a uma solidão afetiva, isso acontece também nos espaços institucionais, jurídicos e esportivos. Eu não tive essa referência de mulher negra no esporte quando fui atleta, por isso, é importante resgatarmos histórias de mulheres negras que são pouco conhecidas, como Aída dos Santos, que foi a primeira mulher brasileira a disputar uma final olímpica".
O árbitro e comentarista Paulo César Oliveira comentou sobre sua carreira e as dificuldades que enfrentou por conta do seu tom de pele: "Eu sempre encarei a arbitragem como uma oportunidade de mudança de vida. Para mim não era só um jogo, e sim um ato de resistência. Não foi fácil, porque eu era um menino de origem humilde, negro e franzino, e arbitrava os jogos na primeira divisão, em 1999, os internacionais. Isso causava uma desconfiança, e diversas vezes ouvia: “É esse neguinho que vai apitar o jogo?". Mas o comentarista revelou que isso o instigava a melhorar: "Esses olhares e palavras só me motivavam. Eu arbitrava com sangue nos olhos".
O ex-jogador e atualmente comentarista esportivo Leovegildo Júnior agia de forma semelhante com as experiências racistas que vivenciou. Dentre elas, ele relatou a importância de encontrar a faixa racista na partida contra o Juventus Football Club, na Itália, o que o motivou a dar o melhor de si, e disse a frase conhecida no mundo do futebol "melhor ser negro, do que juventino": "Se eles não tivessem colocado aquela faixa, eu teria jogado normalmente, mas eu disse para mim: ‘É hoje que eu vou ter que colocar tudo de mim neste campo’, pois não era pelo jogo, mas sim por aquela faixa".
O professor Misael França tratou das questões jurídicas que abordam temas raciais: "A Constituição Federal tem por objetivo constituir uma sociedade livre de qualquer forma de discriminação, o que está previsto no artigo quatro, quando se fala das relações do Brasil no âmbito internacional, como também no artigo cinco, quando diz que todos os homens são iguais".
Para assistir a este webinar, acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=OAOvydoM2xQ
Caso tenha uma área de estudo em que gostaria de se especializar mais, acesse o canal do YouTube "EMERJ Eventos" e procure os webinares anteriores com o tema de seu interesse.
Saiba que a Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro disponibiliza em seu site eventos com inscrições gratuitas, e para aqueles que são alunos de Direito, são concedidas horas de estágio.
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02 de Dezembro de 2020
