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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



Milícia é tema de debate promovido pelo Fórum de Segurança Pública

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“Se as milícias são verdadeiras organizações criminosas que estão dentro do Estado, como o Estado vai combater algo que está dentro dele?” A partir deste questionamento, o desembargador Alcides da Fonseca Neto, presidente do Fórum Permanente de Segurança Pública da EMERJ, abriu o evento “Milícia – Um Problema de Segurança Pública”, nesta sexta-feira, 7 de junho.

Magistrados, outros operadores do Direito, representantes das polícias civil e militar, professores, estudantes e jornalistas se reuniram para debater o tema.

O desembargador Alcides da Fonseca Neto citou casos de crimes da milícia publicados na imprensa, como o desabamento dos prédios na Muzema, comunidade da Zona Oeste do Rio, em abril deste ano, que causou a morte de 16 pessoas. Ele lembrou que depois de os prédios serem demolidos, a milícia permaneceu com o mesmo serviço imobiliário.

A palestra do delegado Cláudio Ferraz destacou a necessidade de esclarecer à população o que é crime organizado: “Organizações criminosas são empresas, são empresários visando lucro, que buscam o poder político para maximizar esse lucro. E a arma de qualquer criminoso do planeta é a corrupção”.

O deputado federal Marcelo Freixo, que foi presidente da CPI das Milícias – documento concluído em 2008, quando ele era deputado da Assembleia Legislativa do Rio (ALERJ) – ressaltou a importância do Fórum Permanente de Segurança Pública da EMERJ: “É importante esse Fórum estar chamando a sociedade para pensar um problema tão estrutural na segurança pública. É um encontro da maior importância por ser a milícia um desafio da segurança pública do Brasil, já que nasceu no Rio de Janeiro, mas não é mais uma exclusividade do Rio de Janeiro, e é o crime mais organizado que se tem”.

Marcelo Freixo destacou: “A milícia não é problema da polícia, mas de política, de escolha política”. Segundo o deputado, a milícia está representada em muitas esferas do poder: “A milícia do Rio de Janeiro é o único grupo criminoso que transformou o domínio territorial em domínio eleitoral”.

O deputado ainda ressaltou: “Milícia não é só dinheiro, milícia tem projeto de poder, se aproxima das máfias”.

E o professor José Cláudio Souza Alves fez um alerta: “ Quanto mais desigualdade na sociedade, mais se amplia o mercado da milícia”.

Participaram do encontro o desembargador Luciano Silva Barreto, vice-presidente do Fórum; o Cel. RR Íbis Pereira, membro do Fórum; Victória Amália Sulocki, diretora da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (ABRACRIM/RJ); e a jornalista Flávia Oliveira.


07 de junho de 2019

Fonte: Assessoria de Comunicação Institucional da EMERJ