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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



Médicos participam de debate sobre o processo de envelhecimento através do cinema e da música

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O Fórum Permanente de Biodireito, Bioética e Gerontologia da EMERJ reuniu profissionais da área médica e do Direito para debaterem o processo do envelhecimento e como ele é tratado pela arte. O evento “Problemas no Processo de Envelhecimento Através do Cinema e da Música” foi aberto pela juíza Maria Aglaé Tedesco Vilardo, presidente do Fórum, com um questionamento: “Quando eu estiver velha, posso continuar decidindo pelo meu próprio corpo? Será que eu vou saber o que eu realmente quero?”

Antes de ceder a palavra aos palestrantes, a juíza concluiu: “Eu gosto muito de ser protagonista do livro da minha vida e eu quero isso até meu último instante de vida”.

As palestras trataram do tema por meio de músicas como “Forever Young” (“Para sempre jovem”, em tradução livre), música da banda alemã Alphaville, dos anos 1980, e de filmes como Late Afternoon (“Fim da Tarde”), um curta que mostra um caso de demência, e UP ( “Altas Aventuras”), da Pixar, um longa metragem que mostra a redescoberta da vida durante a velhice.

A médica especialista em geriatria, Cláudia Burlá, falou sobre “O Envelhecimento e suas Vicissitudes”. Ela ressaltou que as pessoas envelhecem de formas diferentes: “ Não existe uma receita de bolo. Lidar com pessoas idosas no seu processo de envelhecimento é lidar com o imponderável o tempo todo. Talvez uma das grandes mensagens seja que quando se lida com pessoas idosas, o foco é sempre a pessoa e não a doença que a pessoa tem. A medicina contemporânea valoriza muito a doença. Mas eu não posso propor um tratamento que seja pior do que a história natural da doença daquela pessoa.”

Segundo a médica, é preciso pensar na dignidade dos idosos. “Via de regra, com as pessoas mais velhas, os tratamentos propostos tendem a dar muito mais efeitos adversos do que benéficos. Menos é mais na grande maioria dos casos. Falar de envelhecimento é também falar de dignidade”, concluiu Cláudia Burlá.

“A Velhice sob a Ótica do Cinema Contemporâneo” foi o tema da palestra do médico Daniel Azevedo, especialista em geriatria e membro da Câmara Técnica de Geriatria do Conselho Federal de Medicina.

Ele falou sobre os aspectos inerentes à velhice que são destacados no cinema, por meio de um apanhado de filmes de várias partes do mundo: “A ênfase é em alguns temas, como a solidão, as perdas cognitivas e funcionais e a finitude. Por exemplo, o filme UP fala de intergeneracionalidade. Uma das questões que precisam ser discutidas é a convivência entre as gerações e a tensão que muitas vezes essa convivência gera, inclusive com interferência dos mais novos na autonomia das pessoas mais velhas”.


9 de maio de 2019

Fonte: Assessoria de Comunicação Institucional da EMERJ