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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



Leitura dramatizada na EMERJ: elenco será formado por magistrados e advogados


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Na semana da Justiça, a Escola convida magistrados do TJRJ e advogados para subirem ao palco e interpretarem doze jurados num julgamento em que a vida de um homem está em jogo.

Em 4 de dezembro, no Auditório Antônio Carlos Amorim, será apresentada a leitura dramatizada de DOZE JURADOS E UMA SENTENÇA, adaptação do clássico “Twelve Angry Men”, do norte-americano Reginald Rose. A apresentação faz homenagem artística, lúdica e reflexiva à justiça e a todos os profissionais responsáveis em fazer com que a justiça seja cumprida com imparcialidade.

No palco, magistrados, advogados, mestres do direito interpretam os personagens da peça: o diretor-geral da EMERJ des. André Gustavo Correa de Andrade, em participação especial, será o Juiz do Tribunal do Júri; enquanto os doze jurados serão interpretados pelos desembargadores Ana Maria Oliveira (Jurada 4), Antônio Carlos Esteves Torres (Jurado 2), Claudio dell´Orto (Jurado 3), José Muiños Piñeiro (Jurado 11) e Katya Monnerat (Jurada 12); pelos juízes de direito Elizabeth Louro (Jurada 7) e Renato Charnaux Sertã (Jurado 6); pelos advogados e desembargadores aposentados Geraldo Prado (Jurado 8) e Marcus Faver (Jurado 9); pelos renomados advogados José Roberto de Castro Neves (Jurado 5) e Paulo Cezar Pinheiro Carneiro (Jurado 10); pelo advogado e dramaturgo Ricardo Leite Lopes (Primeiro Jurado). A direção do espetáculo caberá à serventuária do TJRJ, gestora cultural e diretora teatral Silvia Monte.

Na noite desta terça-feira, dia 12, aconteceu um dos ensaios da peça.

Sobre a peça

“Um homem está morto. A vida de outro homem está em jogo.”

A obra "Twelve Angry Men" (1954), do nova-iorquino Reginald Rose (1920 – 2002), traduzida no Brasil como “Doze Homens e Uma Sentença”, foi escrita originalmente para drama televisivo e resultou de uma vivência pessoal do autor como membro de um corpo de jurados. Rose se reporta a essa experiência como uma das mais marcantes da sua vida. Em 1957, a peça ganha versão do dramaturgo para o cinema dirigida por Sydney Lumet, com Henry Fonda como Jurado 8. Em 1960, Rose escreve uma terceira versão, agora, para o teatro que, desde então, é bastante encenada tanto por profissionais, quanto por amadores. A quarta edição foi escrita para filme de televisão, em 1997, com Jack Lemmon (Jurado 8), George C. Scott (Jurado 3), Hume Cronyn (Jurado 9), entre outros.

O enredo mostra a deliberação de um corpo de jurados reunidos sobre a sentença de um jovem imigrante acusado de matar o pai. Tudo leva a crer que será uma decisão rápida e que todos estão convencidos da culpa do rapaz, aparentemente comprovada no julgamento. Mas um dos jurados (Jurado 8) não está totalmente convencido daquele veredito inicial e luta pelo direito de discutir alguns pontos que não ficaram esclarecidos. Aos poucos, os outros jurados abandonam suas certezas e se rendem às dúvidas que surgem no decorrer do caloroso embate. O autor aborda, com maestria, as várias facetas de cada um dos doze jurados, as nuances de personalidade, cultura e visões de mundo que determinam suas ações e pontos-de-vista sobre a responsabilidade de estarem decidindo sobre a vida de um jovem que, se for considerado culpado, será punido com a pena de morte.

A peça foi escrita no início da década de 1950, no contexto histórico da guerra fria – polarização e disputa armamentista entre as duas maiores nações do mundo ––; e num momento em que a democracia dos EUA estava ameaçada pelo macarthismo – campanha de perseguição aos comunistas nos EUA, instituída pelo senador Joseph McCarthy – que, em nome do patriotismo, convocava a sociedade a delatar comunistas infiltrados, agentes soviéticos, espiões que articulavam contra os EUA, período que se Instalou uma verdadeira “caça às bruxas” nos meios artístico, científico e intelectual.

A discussão acalorada dos jurados sobre a inocência ou a culpabilidade do réu serve de base para a reflexão sobre outra questão tão relevante quanto a vida de um homem: a democracia. Os verdadeiros valores democráticos têm destaque nos diversos conflitos que se formam no grupo: a relevância do debate para o esclarecimento das questões, a importância da participação de todos, a igualdade no valor do voto de cada um, o respeito à liberdade de expressão e ao pensamento diverso, a inclusão e a tolerância.

Desde 2010, “Doze Homens e uma Sentença” está nos palcos do Brasil numa montagem de grande sucesso realizada pelo renomado Grupo TAPA, com direção de Eduardo Tolentino.

É sabido que essa peça é uma das mais utilizadas em faculdades para debater questões diversas do direito, da sociologia, da comunicação etc. Dessa forma, serão oferecidas horas de estágios para os estudantes de direito e também horas de capacitação da ESAJ, para os servidores do TJRJ.

Serviço

Leitura dramatizada de DOZE JURADOS E UMA SENTENÇA, de Reginald Rose, tradução de José Henrique, direção de Silvia Monte, elenco formado por desembargadores, juízes e advogados: André Gustavo Corrêa de Andrade, Ana Maria Oliveira, Claudio dell´ Orto, Elizabeth Louro, Esteves Torres, Geraldo Prado, José Muiños Piñeiro, José Roberto de Castro Neve, Katya Monnerat, Marcus Faver, Paulo Cezar Pinheiro Carneiro, Renato Charnaux Sertã, Ricardo Leite Lopes. Apresentação única, entrada gratuita, recomendação etária 14 anos. Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro – Lâmina I, Auditório Antônio Carlos Amorim, Rua Dom Manuel, s/nº, 4º andar, Centro, Rio de Janeiro – RJ. Lotação: 500 lugares. Inscrições e outras informações pelo site da EMERJ: http://www.emerj.tjrj.jus.br/paginas/eventos/eventos2019/12-jurados-e-uma-sentenca.html/

Serão oferecidas horas de estágio de OAB para os estudantes de direito e também horas de capacitação da ESAJ, para os servidores do TJRJ.


13 de novembro de 2019