Fechar

Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



“Devolução no Processo de Adoção” foi tema de palestra na EMERJ


clique nas imagens para ampliar

“Nós precisamos pensar: a criança é obrigada a esquecer o passado dela? Ela é obrigada a esquecer a própria história? Vocês esqueceriam a sua história para poder ficar com a criança?” Com esse questionamento, a psicóloga Michele Villaça Lino ministrou a palestra “Quando o (IR) Real Frustra? Reflexões sobre Crianças Devolvidas”, parte do evento “Devolução no Processo de Adoção”, promovido pelo do Fórum Permanente da Criança, do Adolescente e da Justiça Terapêutica, nesta quarta-feira, 4 de dezembro.

“Recebemos, na Vara da Infância, pais que dizem que na casa deles têm regras e que a criança ou adolescente precisa respeitar, como o caso de um adolescente que foi devolvido porque só queria estudar, e os pais queriam que ele ajudasse a construir um quarto. Nós temos que pensar em que tipo de sociedade estamos vivendo e que tipo de relação queremos estabelecer com os nossos filhos”, destacou a psicóloga. Repercussões na devolução do processo de adoção e os fatores envolvidos foram temas debatidos no encontro aberto pelo juiz Sérgio Luiz de Souza, presidente do Fórum, que também ministrou a palestra “Responsabilizar ou não Quem Devolve?”.

“A devolução de crianças e adolescentes no processo de adoção é um fato traumático que ocorre muitas vezes, e estamos aqui reunidos para debater o que pode ser feito para evitar que isso aconteça e minimizar as consequências para as crianças e adolescentes”, destacou o juiz Sérgio.

A psicóloga Tatiana Oliveira Moreira tratou do tema “ A Criança Idealizada Frente a Realidade do Acolhimento Institucional”. Ela destacou que alguns casos de devolução acontecem por desconhecimento ou aceitação da história da criança. Tatiana Moreira citou a sua tese de mestrado para falar da situação das crianças e adolescentes em acolhimento: “ Ao contrário do que muitas pessoas imaginam - que eles estão sempre ligados a um rompimento associado à violência, muitas vezes esse rompimento acontece por uma situação de precariedade social, que leva a família a não ter condições de cuidar desses filhos. E nem sempre a criança tem materializado nas lembranças dela essa situação de precariedade e não entende porque está acolhida.”

Também participaram do encontro a presidente da Comissão de Adoção do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM), Silvana do Monte Moreira; a assistente social e especialista em violência doméstica, Carla Muniz de Castro Garcia; e a deputada Jucélia Freitas, conhecida como tia Ju.


04 de dezembro de 2019