Revista da EMERJ (Edição Especial) nº 63 - page 9

R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 16, n. 63 (Edição Especial), p. 7, out. - dez. 2013
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Apresentação
O cineasta Jean Renoir é também autor de um belo livro –
Pierre
Auguste Renoir, Meu Pai
(Paz e Terra, 1988). Lembra que o pintor Renoir
morreu em 1919 e, naquele tempo, “o campo começara a se esvaziar em
proveito das cidades; os operários trabalhavam em fábricas; Renoir tinha
telefone; tínhamos um fonógrafo; também tínhamos um aparelho de pro-
jeção; o divórcio existia; falava-se do direito dos povos em dispor de si
mesmos; o problema do petróleo dominava o mundo; as mulheres corta-
vam os cabelos; os passaportes se tornaram obrigatórios; o serviço militar
era obrigatório; a revolução comunista acontecera; a psicologia estava na
moda; falava-se muito de um certo Freud.”
E “Os jornais se inquietavam com a propagação das drogas entre
os jovens. Senhores de idade faziam conferências sobre o problema da
juventude”.
A produção e comercialização das drogas expandiram-se, apesar da
crescente política de criminalização. Alguns países, percebendo que não
se trata de uma questão a ser resolvida pelo sistema penal, apostam na
descriminalização.
O seminário realizado em 4 de abril de 2013 (Drogas: dos perigos
da proibição à necessidade da legalização), parceria da EMERJ (Fórum Per-
manente de Direitos Humanos; Fórum Permanente de Direito e Proces-
so Penal) com o Instituto Carioca de Criminologia e a Law Enforcement
Against Prohibition, faz sobre a questão uma análise científica e sem pre-
conceitos.
Depois de quase cem anos, os “senhores de idade” e a juventu-
de que dele participaram buscam identificar as razões do proibicionismo,
sempre vinculado à exacerbada ideologia de repressão e da segregação.
Des. Sérgio de Souza Verani
Diretor-Geral da Escola da Magistratura do
Estado do Rio de Janeiro - EMERJ
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