Revista Magistratus - Número 1 - Junho 2017
27 2017 Revista Magistratus “ Hoje não podemos ter só operadores, precisamos de militantes do Direito e estes precisam mais do que o conhecimento manualesco. MAGISTRATUS: C omo uma escola da magistratura pode contribuir para esse perfil de juiz do século xxi ? GAULIA: A função de uma Escola da Magistratura é, a meu ver, proporcionar ao magistrado, tanto de 1º grau como de 2º grau, conhecimento do mundo e cultura, não só o conhecimento jurídi- co, que ele já obtém devido aos anos de estudo para aprovação no concurso, e pelo seu dia a dia cercado por processos e leis. Mas é preciso que esse magistrado tenha cultura, que é um vasto manancial de conhecimento sobre o mundo, a vida, as pessoas, e que as escolas da magistra- tura podem prover. Buscar incentivar a cultura, que tem como ideário a expan- são do conhecimento sobre os seres hu- manos, é também a função de uma esco- la da magistratura. MAGISTRATUS: E stão participando de curso na emerj 18 novos juízes que acabam de ingressar na carreira , que conselho daria a eles ? GAULIA: Para eles se lembrarem, todos os dias, do espírito que tinham quando ingressaram na faculdade: quando o ob- jetivo era mudar o mundo. No dia a dia como juiz, muitas vezes, nos esquece- mos de que estamos exatamente no local onde podemos mudar o mundo, mas em função de um formalismo, de um exces- so de doutrinas e eventualmente da falta de uma visão mais cosmopolita do mun- do, muitos se esquecem dessa missão. O conselho é: não se esqueçam dos sonhos e utopias. MAGISTRATUS: C omo coordena - dora da revista direito em movimen - to , publicada pela emerj , poderia nos contar mais sobre ela ? 1- O ônibus da Justiça Itinerante doTJRJ *Foto Brunno Dantas 2- Mulher sendo atendida naVila Mimosa 3- Jovemmãe Makuchi para registrar o filho 4- A juíza do TJRJ, Claudia Mota, que também participou da visita da justiça Itinerante doTJRR, durante atendimento aos índios de Roraima * Fotos arquivo pessoal ENTREVISTA 4 3 GAULIA: A Revista, que hoje tem regis- tro ISSN, foi criada há cerca de 13 anos e já estamos na 27ª edição. Inicialmen- te tinha o objetivo principal de divulgar o trabalho dos juízes que atuavam nos juizados especiais. Com o tempo o tra- balho nos JEs se consolidou e a Revista assumiu outro papel: ser um instrumen- to de gerenciamento. A cada realização do Fórum Nacional de Juizados Espe- ciais – FONAJE, o grupo da COJES reúne modelos de sentenças e questões novas sobre os conflitos que acontecem na sociedade carioca, já deliberados pelo 1º grau e Turmas Recursais, e estes tra- balhos são divulgados na Revista. Seu conteúdo consiste numa coletânea de sentenças relevantes prolatadas nos Jui- zados Especiais Cíveis, Criminais e da Fazenda Pública fluminenses, o que a torna também um valioso instrumento para os estudos de processo e de técnica de sentença. Todas as edições estão dis- poníveis em formato digital pelo site da EMERJ.
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