Revista da EMERJ - V.25 - n.1 - Janeiro/Abril - 2023

195  R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 25, n. 1, p. 184-197, Jan.-Abr. 2023  naquelas voltadas para a dimensão ambiental e econômica da sustentabilidade, relegando a segundo plano aspectos atinentes à dimensão social. Essa visão não tira o mérito do que foi feito até agora, tam- pouco dos avanços metodológicos existentes nos últimos anos. No entanto, sugere que é preciso avançar ainda mais na aplica- ção dos conceitos de sustentabilidade e de governança nos ór- gãos públicos, sobretudo no que toca à forma como tais institui- ções comunicam suas ações, para que alcancemos um controle social mais efetivo. Nesse sentido, convém sugerir os elementos mínimos rele- vantes ou necessários que possam estar incluídos em modelos e instrumentos gerenciais, no sentido de cumprir com maior efe- tividade a prestação de contas e, assim, fortalecer o elo entre a governança e a sustentabilidade. Sendo assim, cabe a seguinte pergunta: o que está faltando? Em quais aspectos tal perspectiva pode ser melhorada? Não existe uma resposta certa para essas perguntas, visto que não se trata de uma equação matemática. Com efeito, per- cebe-se que a visão do elo entre governança e sustentabilidade tem se tornado cada vez mais necessária. Por exemplo, um ór- gão público que publica um bom programa de integridade e não adota critérios de sustentabilidade em seus projetos foge dessa perspectiva. Sob essa lógica, é preciso analisar o contexto de cada organização e, acima de tudo, ter uma espécie de raio X sobre como a organização atua nos temas governança e sustentabilidade e, também, como ela comunica suas ações para as partes interes- sadas, o que se revela um cenário desafiador. Nessa senda, é válido recomendar que as organizações tratem em um único instrumento aspectos relacionados à gover- nança e à sustentabilidade. Se a instituição já tem uma política de governança e outra de sustentabilidade, é importante que ela tenha mecanismos específicos de alinhamento entre tais docu- mentos. Todavia, se ela já tem uma política de sustentabilidade, é importante que tenha um capítulo dedicado à governança ou

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