Revista da EMERJ - V.25 - n.1 - Janeiro/Abril - 2023

 R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 25, n. 1, p. 7-10, Jan.-Abr. 2023  9 dignidade da pessoa humana). O governo eficiente, efetivo e eficaz deve querer, poder e saber identificar o interesse públi- co e produzir resultados que o atendam... A vigente Constitui- ção Federal e suas ... emendas vêm desenhando um formato de governança que combina eficiência/eficácia com participação emancipatória no processo político de gestão do Estado. Gera ambiguidades, que ora levam à paralisia pela perplexidade, ora à inconsequência por gestão inepta. Ainda não se encon- trou o ponto ótimo de articulação (se é que existe) entre gestão de resultados e gestão emancipatória. A concepção e o uso de instrumentos de administração consensual é uma das respostas possíveis a tais ambiguidades”. Arremate-se com a experiência que levou uma escola mu- nicipal brasileira, situada em Novo Hamburgo (RGS), a ser esco- lhida entre as candidatas ao prêmio World’s Best School, patro- cinado pela instituição britânica T4 Education. Uma semana por ano, a escola suspende as aulas regulares, e os alunos permane- cem nas salas em assembleia, debatendo questões que levarão à direção da escola para implementação. A notícia encontra-se publicada no jornal O GLOBO, de 12.10.2022, p. 13, assim descre- vendo a experiência: “Nessa semana, quem fala são as crianças. É o momento do ano em que acontecem as assembleias gerais no colégio. O momento em que os estudantes levam suas demandas à direção, aos professores e aos colegas, e em que todos deba- tem o que será investido e o que mudará para o ano seguinte... As crianças de mais de oito anos já fazem as assembleias sozi- nhas, sem a presença dos professores. Desses encontros, saem as demandas que serão debatidas com o restante da escola... A coordenadora pedagógica lembra que, uma vez, recebeu de um representante de turma de cinco anos reclamação de que os alu- nos mais velhos não deixavam os menores brincarem no balanço da pracinha. A primeira reação de todo mundo foi pensar que têm que deixar. Mas aí uma das crianças maiores argumentou: ‘Quando eu era pequeno, tinha um horário que só minha turma ficava na pracinha. E agora que somos mais velhos, não temos esse horário. Então vocês têm esse momento e ainda querem ou-

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