Revista da EMERJ - V. 24 - n.3 - Maio/Agosto - 2022
R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 24, n. 3, p. 74-100, Set.-Dez. 2022 77 cas passadas quando do surgimento dos demais meios comuni- cativos. Acontece que com a popularização do acesso à Internet e a integração de milhares de computadores pelo mundo, o tempo de transmissão de uma informação foi significativamente redu- zido, o que possibilitou a troca de dados e informações instan- taneamente entre toda a sociedade. O resultado disso é que a comunicação social parece ocorrer hoje em grau máximo. O poder das redes sociais está se mostrando cada vez mais implacável. É possível citar alguns importantes eventos sociais mundiais impulsionados pela força das redes: a chamada Pri- mavera Árabe 1 , a eleição e reeleição de Barack Obama, a eleição de Donald Trump, a saída do Reino Unido da União Europeia (o BREXIT) e, no Brasil, podemos citar a eleição de Jair Bolsonaro. Nesse sentido, começamos o ano de 2021 assistindo de forma atônita ao emblemático e violento movimento de invasão do Capitólio, a Casa do Congresso Americano, que objetivou pressionar os parlamentares que ali se encontravam a deixarem de certificar a vitória de Joe Biden para ocupar o cargo de Pre- sidente da República dos Estados Unidos, ocorrida na disputa eleitoral de novembro de 2020. E como não poderia deixar de ser, o que liga esse acontecimento aos demais eventos mencio- nados no parágrafo anterior é justamente o fenômeno das redes sociais. No caso da invasão do Capitólio, a imprensa noticia que ao menos desde o dia 4 de novembro de 2020, mais precisa- mente um dia após a eleição presidencial americana, o primeiro grupo Stop the Steal (em tradução: Parem o Roubo) foi formado na plataforma online Facebook — e rapidamente passou a ter uma média de 100 novos membros a cada 10 segundos. Tal gru- po chegou a 320 mil seguidores antes de a plataforma fechá-lo. E à medida que centenas de novos grupos Stop the Steal con- tinuavam a surgir, o Facebook passou a atuar de forma mais incisiva para extingui-los, o que acabou ocasionando a migra- ção dos usuários dos grupos extintos para redes sociais menos restritivas. E justamente em tais ambientes é que o movimento 1 Onda revolucionária de protestos e manifestações iniciada em 2011, envolvendo diversos países do norte da África e do Oriente Médio.
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