Revista da EMERJ - V. 24 - N. 2 - Maio/Agosto - 2022
R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 24, n. 2, p. 202-216, Mai.-Ago. 2022 206 sobre um cenário vulnerável exposto a ameaça, causando danos humanos, materiais ou ambientais e consequentes prejuízos eco- nômicos e o RISCO potencial de ocorrência de evento adverso sob um cenário vulnerável. Parece-nos, repise-se, que se não se pode evitar a ameaça (embora se possa identificar e monitorar a ameaça), há de se re- duzir a vulnerabilidade, a exposição ao risco, para que os danos causados por desastres futuros tenham o menor impacto possí- vel sobre a vida e propriedade dos habitantes da cidade, sobre o meio ambiente, sobe a economia, entre outros. É intrigante observar no pós-desastre grande mobilização para as ações de socorro, para o restabelecimento dos serviços essenciais, planejamento de obras emergenciais para reconstru- ção, a fim de que a cidade possa voltar a ter suas funções essen- ciais restabelecidas. Mas é no mínimo curioso constatar que o “calcanhar de Aquiles”, i.e., a prevenção, seja constantemente esquecida e, da mesma maneira, esquecidas as medidas de mitigação e de prepa- ração para o desastre até que um novo evento ocorra. Relegar es- sas medidas a um segundo plano é uma incongruência, é um erro contumaz, já que prevenir é mais barato que reconstruir. Estima-se que a cada 1(um) dólar investido em prevenção e preparação do desastre são economizados 3 (três) dólares em reconstrução. Então a pergunta que deve ser feita é: Por que não se in- veste em prevenção, preparação e mitigação? Por que se insiste na velha maneira de atuar de forma reativa, no pós-desastre, na reconstrução? Ainda não temos a resposta para a indagação. Diante do exposto, voltamos à pergunta inicial. Petrópolis é uma cidade resiliente? A resposta é negativa. Mas Petrópolis está a caminho de se tornar uma cidade resiliente? A resposta é sim. Está no caminho de buscar a sua resiliência. Na busca da resiliência, medidas deverão ser adotadas para mitigar os impactos do desastre e para prevenir o desastre. Seria utopia dizer que os desastres não mais ocorrerão. Ao contrário, pode-se afirmar que, pelas características geomorfológicas da ci-
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