Revista da EMERJ - V. 24 - N. 1 - Janeiro/Abril - 2022
R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 24, n. 1, p. 11-32, Jan.-Abr. 2022 22 dústria. O setor produtivo de serviços vem compreendendo um segmento de desenvolvimento cada vez maior na economia e na geração de renda e emprego 18 . Pode-se entender dessa reflexão que a aplicação de conteúdos de tecnologia da informação ao su- porte material de setores da economia se traduz na aplicação va- riável de tecnologias, como o uso de softwares, aplicativos, dis- positivos de nanotecnologias, redes de sensores, geolocalização, biotecnologias, utilizadas em diversos segmentos da economia. Aintrodução das tecnologias da informação trouxe umnovo modelo de relações entre produção, consumo e mão de obra. Em decorrência, os parâmetros do processo produtivo introduziram uma nova divisão do trabalho, sob o paradigma de uma socieda- de informacional baseada na integração entre máquinas e equipa- mentos em computadores na organização da produção. Capra (2001) entende que essa nova economia se estrutu- ra não somente em torno de fluxos de informação, mas também em fluxos de poder e riqueza que correm pelas redes financeiras globais. Esse mecanismo de ação depende em grande medida das mais avançadas tecnologias de informação e comunicação, formadas e moldadas fundamentalmente por máquinas. A enorme carga de trabalho dos executivos atuais é mais uma das consequências diretas do conflito entre o tempo biológi- co e o tempo dos computadores. O trabalho deles está cada vez mais computadorizado; e à medida que a tecnologia dos computadores progride, essas máquinas trabalham cada vez rápido e assim economizam cada vez mais tempo. A questão de saber o que fazer com o tempo que sobra se torna uma questão de valores. O tempo pode ser distribuído entre os in- divíduos que compõem a organização – criando-se um tempo para que eles reflitam, organizem-se, façam contatos e reú- 18 De acordo com dados da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) do IBGE – Instituto Brasileiro de Engenharia e Estatística, no Brasil, a participação no PIB do setor produtor de serviços segundo as contas nacionais situou-se em 58,3% em 1999, respondendo por 57,2% da absorção de mão de obra na economia. A PAS constitui fonte de dados setoriais do comportamento do mercado formal sob a ótica da oferta de servi- ços. Seus resultados referem-se às empresas atuantes em atividades de serviços mercantis não financeiros, abrangendo as atividades de alojamento e alimentação, transportes e serviços auxiliares dos transportes, correio e telecomunicações, informática, serviços imobiliários e de aluguel de bens, serviços prestados principalmente às empresas e outras atividades de serviços (serviços auxiliares financeiros, representantes comerciais e agentes do comércio, serviços auxiliares da agricultura, serviços recreativos, culturais e des- portivos e serviços pessoais).
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