Revista da EMERJ - V. 24 - N. 1 - Janeiro/Abril - 2022

21  R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 24, n. 1, p. 11-32, Jan.-Abr. 2022  ra Árabe teve início em junho de 2010 no Facebook 15 , quando centenas de milhares de egípcios começaram a colaborar com o conteúdo na Internet 16 . Já para Sami Ben Gharbia , cofundador do blog Nawaat, ao se referir ao movimento da Primavera Árabe e às redes sociais, disse que “essa foi a caixa de ressonância da luta nas ruas” 17 . Es- ses canais são usados para marcar encontros por ativistas e para disseminação de informação sobre lugares, horário dos protes- tos, formas de vigilância da atuação da polícia no local com fotos e vídeos, e debates com resumo sobre detidos ou eventos de vio- lência ocorridos nos protestos. 3. O TRABALHO E AS REDES O trabalho representa o movimento de pertencimento e de integração do indivíduo à sociedade. O trabalho humano e suas práticas vêm sendo transformadas ao longo do tempo por conta das inovações tecnológicas que estão introduzindo a mente hu- mana no bojo da organização da produção e no padrão de tra- balho. As novas bases do sistema produtivo estruturadas numa economia da comunicação, informação e conhecimento, altera- ram o perfil das ocupações e das forças de trabalho, gerando de- semprego e precarização e alterando formas de contratação, an- tes baseadas na produção em massa, fato que acarreta mudanças drásticas pelo esvaziamento de determinadas funções. Outra formulação acerca do paradigma do informaciona- lismo é o que tende a considerar uma supremacia do setor de serviços e os tidos “intangíveis” em detrimento do setor da in- 15 Facebook é um site de serviço de rede social , lançado em 4 de fevereiro de 2004, de propriedade privada da Facebook Inc. Em 4 de outubro de 2012 o Facebook atingiu a marca de um bilhão de usuários ativos, sendo por isso a maior rede social em todo o mundo. Em média, 316.455 pessoas se cadastram por dia no Facebook, desde sua criação em 4 de fevereiro de 2004. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/ Facebook > 16 O sociólogo francês Alain Touraine, em artigo publicado no jornal La Republica, em 30.07.2011, afirma: “É indispensável compreender esses movimentos que marcam uma profunda ruptura na vida política de inúmeros países (...) de fato, esses movimentos que surgiram principalmente graças à comunicação direta através das redes sociais como o  facebook  ou o t witter não foram definidos com clareza suficiente pela mídia e em particular pela televisão”. Disponível em: <http://www.ihu.unisinos.br/noticias/45954-o- -que-restara-dos-indignados-da-europa-artigo-de-alain-touraine> 17 < Disponível em: < http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/a-revolucao-das-redes- -sociais>

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