Revista da EMERJ - V. 23 - N. 2 - Abril/Junho - 2021

 R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 23, n. 2, p. 65-85, Abr.-Jun. 2021  80 Por sua vez, os Contratos Híbridos ou Compostos são, como a própria denominação indica, um misto das demais mo- dalidades. Há absorção do risco pelo contratado, com diferentes possibilidades de participação no gerenciamento do projeto e na divisão dos lucros. 3. CONTRATO DE PARTILHA E OS NOVOS DESAFIOS TRA- ZIDOS PELA LIBERDADE DE CONTRATAR ATRIBUÍDA À PETROBRAS 3.1. Breve introdução Antes de adentrar na abordagem sobre os contratos utili- zados no Brasil, é importante destacar que a adesão ao modelo de Partilha da Produção, assim como o seria para qualquer outro modelo contratual, decorre do momento econômico vivenciado no país, do mesmo modo que ocorre com o sistema de interven- ção estatal na economia e no mercado. Cumpre destacar que, atualmente, no mundo, foram iden- tificados cerca de 20 campos gigantes de petróleo, sendo que, no Brasil, estudo realizado para a aferição preliminar referente ao Pré-sal, identificou 6 campos gigantes: Libra, que foi objeto de Leilão em 2013 e que já está produzindo, Guará, Cernambi, Iara, Franco e Lula. Impossível não haver reflexão sobre o que se pre- tende auferir, em termos de sociedade, com todo esse potencial 11 . Como já destacado anteriormente, as descobertas de petró- leo no Brasil o conduziram a um novo patamar em relação ao mercado mundial de produção. Precisamente, as Bacias de San- tos e de Campos são as grandes produtoras de óleo offshore do país, o que, numa visão econômico-geográfica, é fator de desta- que, visto que as duas estão próximas dos dois maiores centros econômicos do país, Rio de Janeiro e São Paulo. A localização desses grandes reservatórios encontra-se numa profundidade de difícil prospecção, levando o Estado bra- sileiro a realizar grandes investimentos em infraestrutura, apare- lhagem e pesquisa de técnicas de prospecção. 11 Ver mais profundamente em TOLMASQUIN, Maurício, PINTO JUNIOR, Helder. Marcos Regulatórios da Indústria do Petróleo. Rio de Janeiro: Synergia, 2011, p. 4.

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