Revista da EMERJ - V. 23 - N. 2 - Abril/Junho - 2021

 R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 23, n. 2, p. 65-85, Abr.-Jun. 2021  68 Em 1930, a Royal Dutch-Shell e mais 6 empresas derivadas da dissolução da Standard Oil Company formaram joint ventu- res para a exploração de campos petrolíferos estrangeiros. Essa união ficaria conhecida como o “Cartel das Sete Irmãs”, que se- guiria o mesmo modelo de economia de escala de Rockfeller. A base dos lucros dessas empresas consistia em produ- zir, por custo muito baixo, petróleo sob o regime de conces- são, refiná-lo para alavancar o seu preço e deter o controle dos meios de transporte eficazes para suprir os seus consumidores mundo afora. Após a Segunda Guerra, nos anos 1950 e 1960, o Oriente Médio e alguns países africanos desenvolveram produção de pe- tróleo e derivados. Esse fato, somado aos movimentos de desco- lonização, fez com que os países produtores de petróleo criassem organizações como a OPEP (Organização dos Países Exportado- res de Petróleo), com o intuito de garantir preços de venda mais justos, coordenar a política desses países com recente extração independente de petróleo, reduzindo a hegemonia americana nesse segmento. Os eventos supramencionados, mais o incidente de Yom Ki- pur (em que a OPEP elevou muito os preços do petróleo), levaram à primeira crise internacional do petróleo, o que reduziu as ex- portações para os Estados Unidos e alguns países europeus. Esse acontecimento gerou instabilidade na indústria petrolífera e enfra- queceu o papel das Sete Irmãs. Esse momento que abalou todo o planeta é conhecido como a primeira Crise Mundial de Petróleo. Em 1974, foi criada a AIE (Agência Internacional de Ener- gia), cujo trabalho visava à redução da utilização do petróleo em prol de fontes de energia alternativa, o que, no futuro, levou a uma redução do preço do petróleo pela OPEP. Em 1979, ocorreu mais uma crise no mercado petrolífero, causada pela Revolução Islâmica do Irã. Pode-se dizer que, em função das duas grandes crises de petróleo, na década de 1980, deu-se uma revolução nos contratos do setor de petróleo, que passaram a ter um interesse de longa

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