Revista da EMERJ - V. 22 - N.3 - Setembro/Dezembro - 2020

 R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 22, n. 3, p. 134-148, Setembro-Dezembro. 2020  143 a mensagem através de algo que toque o aspecto subjetivo do receptor. Dallari preleciona: “Educar bem é estimular o uso da inteligência e da crí- tica, é reconhecer em cada criança uma pessoa humana, essencialmente livre e capaz de raciocinar, necessitada de receber informações sobre as conquistas anterio- res da inteligência humana e sobre a melhor forma de utilização de tais informações para a busca de novos conhecimentos.” 12 Na perspectiva de Paulo Freire , a educação visa à liber- tação da pessoa, considerada individualmente. É pelo conheci- mento que se pode ser livre e, ao mesmo tempo, formar uma sociedade mais humanizada. É por intermédio da educação que se pode pretender a dis- ruptura de condutas normalizadas pelo costume, eis que a edu- cação é constante ao longo da vida. Não importa a idade, con- dição social ou intelectual, sempre haverá algo a ser aprendido. A educação traz implícita a ideia de valores, sendo esse o caminho para transformar os atuais paradigmas e para a formar consensos em torno do bem comum. Na peça Fausto , Goethe mostra pela fala do Macaco o quan- to é desejável o ganho fácil e a ilusão de que o dinheiro é a gran- de solução de todos os problemas. “Joguemos os dados, Deixe-me enricar, Ganhar sem cuidados! Vai mal minha vida, Dinheiro alcançar É a alma salvar.” 13 A crença de que o dinheiro é a solução para todos os males faz perpetuar tal paradigma nas novas gerações. Nesse diapasão, a criança de hoje é o adulto disposto a tudo para TER a solução 12 DALLARI. op.cit. p. 49. 13 GOETHE, JohannWolfgang von. FAUSTO. Goethe. Tradução Sílvio Meira. São Paulo: Abril S.A. 1976. p.119.

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