Revista da EMERJ - V. 22 - N.1 - Janeiro/Março - 2020

 R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 22, n. 1, p. 220 - 248, Janeiro-Março. 2020  232 Phil Willians destaca o impacto da globalização para as or- ganizações criminosas: 1) A globalização do comércio, da tecnologia, do trans- porte, das comunicações, dos sistemas financeiros e da informação, que permite que as organizações crimino- sas atuem além das fronteiras; 2) O aumento da migração e o crescimento de redes étnicas que transcendem as fronteiras nacionais mos- traram-se valiosos para as operações das organizações criminosas. Embora a maioria dos imigrantes sejam cidadãos cumpridores da lei e sejam mais propensos a serem vítimas do que os perpetradores do crime, a dis- persão de colombianos nos Estados Unidos, turcos na Europa Ocidental e nigerianos em todo o sudeste da Ásia, Europa Ocidental e Estados Unidos. Os Estados facilitaram enormemente a criação de estruturas de rede para o fornecimento de bens ilícitos; 3) O Sistema financeiro global é cada vez mais baseado em dinheiro digital ou “megabyte”. Tais fundos podem ser movidos rapidamente e anonimamente e podem ser negociados, trocados e limpos ou legitimados por meio de uma série de instrumentos financeiros, como deriva- tivos e futuros; 4) O crescimento em mercados ou fontes atraentes. Du- rante os anos 80 e nos anos 90, houve um crescimento maciço nos mercados de drogas. Tráfico de drogas e o abuso de drogas foi transformado: eles não são mais simplesmente “problema norte-americano”, mas tor- naram-se problemas que afetam outros grandes países consumidores, como Europa Ocidental, Rússia e China. 5) Maior atratividade dos mercados, pois não são ape- nas aqueles em que há demanda do consumidor em grande escala, mas também aqueles em que os preços - e os níveis de lucro - são altos;

RkJQdWJsaXNoZXIy NTgyODMz