Revista da EMERJ - V. 21 - N. 3 - Setembro/Dezembro - 2019 - Tomo 2

 R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 21, n. 3, t. 2, p. 394-442, set.-dez., 2019  398 TOMO 2 Roberto Barroso tem sido crucial para esse processo ainda incipiente de transformação do Direito Tributário. Eu já conhecia o jurista e professor brilhante Luís Roberto Barroso dos bancos da UERJ, instituição a qual devo praticamente toda a minha formação jurídica. Mesmo antes de ser seu aluno no mestrado, seus livros e textos já eram responsáveis por moldar em grande parte a minha forma de enxergar o direito público e, principalmente, por alimentar a paixão que nutro até hoje pelos temas ligados ao Direito Constitucional e às institui- ções brasileiras. Essa influência, inclusive, devo confessar, teve um papel importante na minha escolha pela carreira de Procurador do Estado do Rio de Janeiro. Devo dizer que sou feliz em todas essas escolhas. Entre 2015 e 2016, eu tive a honra e o prazer de ter sido assessor do Ministro Luís Roberto Barroso e ver a história acontecer, literalmente. Durante o período que estive lá, assisti: um Senador da República ser pre- so no curso do mandato por ordem do Supremo; o Presidente da Câmara dos Deputados ser afastado da Presidência da Casa e do mandato parla- mentar por decisão unânime do Plenário do Supremo Tribunal Federal; o julgamento pelo Supremo da ADPF 378, que definiu o rito do processo de impeachment que culminou com o afastamento do cargo da Presidente da República eleita. Foram dias difíceis para a ainda jovem democracia no Brasil e acho que ainda precisaremos de mais distanciamento histórico para digerir e entender tudo que aconteceu naquele período e nos dias que se sucederam. Para o Supremo Tribunal Federal, em especial, foi um período igualmente turbulento, talvez o mais turbulento da sua história. Diante do cenário descrito, ter podido acompanhar de perto a pos- tura correta, altiva, independente e corajosa do Ministro Luís Roberto Bar- roso, especialmente nesses dias mais turbulentos e de maior pressão que se passaram, serviu de confirmação de todas as expectativas que eu tinha a seu respeito e de compensação por todo trabalho duro daquele período. Em verdade, devo dizer que o período que passei no Supremo Tribunal Federal assessorando o Ministro Barroso representou, sem dúvidas, a minha experiência profissional mais importante, desafiadora e também prazerosa. Digo prazerosa porque tive o privilegio de assessorar, conviver e discutir questões jurídicas da mais alta complexidade e relevância com uma das mentes mais brilhantes, generosas e bem-humoradas que o Di- reito já produziu. Além disso, tive ainda sorte de trabalhar em um time

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