Revista da EMERJ - V. 20 - N. 2 - Maio/Agosto - 2018

 R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 20, n. 2, p. 261-276, Maio/Agosto. 2018  267 que o dinamarquês Hjelmslev conferiu tanta justificável importância) ou a relação de palavras por similaridade/contiguidade, paradigma/ sintagma (metáfora/metonímia) (como as estudadas por Freud e La- can), entre outras relações que pode a palavra alcançar, dependem do contexto comunicativo, e constroem-se com o intercâmbio de mundos simbólicos e memorialistas que aqueles que interagem de- vem compartilhar de algum modo, o que engendra as competências textual-discursiva e léxico-gramatical, que englobam a competência pragmática, entre outras. O nosso juízo cria, assim, um universo ou paradigma de sig- nificações que atribui valores melhorativos ou pejorativos em de- corrência de um sem-número de elementos intelectuais e também afetivos, sendo a nossa cognição construída no âmago de uma rede indissociável de comunicações e sentenças discursivas concretas que, por sua vez, encontram-se espelhadas em compêndios de sen- tenças abstratas que as refletem, como um ordenamento jurídico específico (em dado espaço e tempo) e uma gramática também específica. A pluralidade de interesses, que muitas vezes esbarra em di- vergências, como as controvérsias, as tensões, as incertezas (difusas) e os conflitos, os riscos (concretos), necessita de um elemento que a sintetize de forma abstrata, mas que se volte à concretude de onde partiu a fim de encontrar eficácia em sua gerência. Eis a dupla função articulatória de códigos reguladores, como ordenamentos jurídicos/ gramáticas normativas. Esse duplo movimento de compêndios reguladores, como o Direito e a Gramática, aqui pesquisados, torna-se ainda mais comple- xo em função justamente do caráter suplementar simbólico de que a comunicação humana se reveste. Sobre o caráter simbólico da palavra, ainda, Pierre Guiraud, em sua obra Semântica , assim se manifesta, remetendo ao conceito mes- mo de “interação” que acima discutimos, expandindo-o à concepção de natureza em si: II – Signos e símbolos Todo signo é um estímulo associado. Mas há dois grandes tipos de associações significativas: os signos naturais e os signos artificiais.

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