Direito em Movimento - Volume 20 - Número 2 - 2º semestre - 2022

9 Direito em Movimento, Rio de Janeiro, v. 20 - n. 2, p. 9-12, 2º sem. 2022 apresentação A Revista Direito em Movimento traz a lume, em mais um volume, artigos para a comunidade acadêmica com o objetivo de se comunicar de forma diferente e melhor. Ou seja, nosso escopo abrangente permite que te- mas diversos sejam objeto de reflexão crítica dos leitores no âmbito jurídico. Do “feminicídio de vítima transexual” ao “discurso de ódio no ambien- te digital”, nosso compromisso é levar aos leitores os novos fatos que eclo- dem na sociedade e, consequentemente, reverberam no campo do Direito. O Direito – e toda a sua normatividade – existe conforme uma espécie de “comunidade imaginada”. De tal modo, os trabalhos de diversos pesqui- sadores das ciências sociais promovem a presença de um conhecimento em constante desenvolvimento. Na compreensão de Michel Foucault, centrada em Nietzsche, o autor aduz: “O conhecimento, foi, portanto, inventado. Dizer que ele foi inven- tado é dizer que ele não tem origem. É dizer, de maneira mais precisa, por mais paradoxal que seja, que o conhecimento não está em absoluto inscrito na natureza humana. O conhecimento não constitui o mais antigo instinto do homem, ou, inversamente, não há no comportamento humano, no ape- tite humano, no instinto humano, algo como um germe do conhecimento. [...] o conhecimento é simplesmente o resultado do jogo, do afrontamen- to, da junção, da luta e do compromisso entre os instintos” (FOUCAULT, 2002, p. 16). O conhecimento, quando construído compilado, pensado criticamen- te e exposto à reflexão, propicia a formação de universos de sentidos e va- lores, sejam eles jurídicos ou sociais, e é por isso que nesta edição foram incluídos trabalhos disruptivos, que pretendem pensar o direito para além das lentes do dogma. O professor Horácio Wanderlei esclarece que “O direito ensinado do ponto de vista positivista é exegético, ou seja, considera as leis em vigor, dos códigos, o que transforma os profissionais em técnicos a serviço da burocra- cia dominante” (RODRIGUES, 1993, p. 122).

RkJQdWJsaXNoZXIy NTgyODMz