Direito em Movimento - Volume 17 - Número 2 - 2º semestre/2019

78 Direito em Movimento, Rio de Janeiro, v. 17 - n. 2, p. 77-107, 2º sem. 2019 ARTIGOS methodology, public and private databases were collected, allowing the identification of areas of dissatisfaction with the judicial services. Assuming that the Electronic Procedings can not be considered a rea- lity in a large part of the country, and accepting that an implementa- tion of technology, automation and administrative modernization de- pends on a number of factors and involves high costs, this text seeks in innovation and criativity, simple methods and techniques, which can be used to improve the judicial services at almost zero cost. Keywords: judicial services; improvement; innovation; techniques; zero cost. INTRODUÇÃO O Sistema de Justiça brasileiro é confuso. A depender da perspectiva sob a qual é enxergado, parece até ter sido construído para não funcionar direito. Não por outro motivo o vocábulo “crise” costuma ser tão comumen- te a ele agregado ou de alguma forma a ele relacionado. E isso ocorre tanto nas conversas informais quanto nas publicações feitas pela grande mídia, o que revela algo grave: o descontentamento parece ser geral. O tema ganha em importância quando se faz o cotejo entre o enorme e crescente volume de demandas ajuizadas no Brasil nos últimos anos, e o déficit de efetividade que nosso sistema judiciário apresenta. Dados estatís- ticos coletados pelo Conselho Nacional de Justiça nas duas últimas décadas indicam que o Poder Judiciário finalizou o ano de 2017 com 80,1 milhões de processos em tramitação, dos quais cerca de 95% se concentravam no primeiro grau de jurisdição, que é, por sinal, a instância mais congestionada (74%) e que apresenta maior carga de trabalho por magistrado (7.219 pro- cessos por juiz, contra 3.531 no 2º grau). E o que é mais desanimador: tudo é muito lento. Na primeira instância, a sentença costuma demorar cerca de 2 anos e seis meses para ser proferida. Na fase de execução, o tempo médio para que isso ocorra sobe para seis anos e quatro meses 1 . 1 Disponível em: < http://www.cnj.jus.br/files/conteudo/arquivo/2018/08/448c3de40c32167.pdf> . Acesso em 26.mar.19.

RkJQdWJsaXNoZXIy NTgyODMz