Direito em Movimento - Volume 17 - Número 1 - 1º semestre/2019
144 Direito em Movimento, Rio de Janeiro, v. 17 - n. 1, p. 142-199, 1º sem. 2019 ARTIGOS contribuições acadêmicas para a mesma, ao longo da primeira metade do século XX, não conferiu relevância à gestão estratégica, que só ganhou con- sistência acadêmica a partir da década de 50, segundo C erto & P eter 2 . A gestão estratégica, para ser efetiva, ensina B ryson , deve apoiar-se em um conjunto organizado de atividades, o processo de planejamento estraté- gico, definido como esforço disciplinado para produzir decisões e ações fundamen- tais, que moldam e guiam o que é uma organização, o que ela faz e por que faz 3 . Certo é que a maior parte dos processos de gestão estratégica, nos úl- timos 50 (cinquenta) anos, foi direcionada para as empresas privadas. Desta forma, até o início dos anos 80, o planejamento estratégico no setor público voltou-se primariamente para as organizações militares e para o apoio à formulação de políticas de governo em larga escala. As práticas de planejamento estratégico foram levadas para um amplo espectro de entidades do setor público somente nos últimos 25 (vinte e cinco) anos, no contexto das reformas dos órgãos do Estado, sob o foco do “modelo gerencial puro”, conforme definido por A brucio 4 . Nessa linha, a gestão no setor público passou a caracterizar-se por uma “despolitização” da administração, aliada à ênfase no conceito de efi- ciência governamental. Os novos caminhos do modelo gerencial passaram a ser norteados por conceitos e práticas de há muito aplicadas nas empresas privadas: flexibilidade de gestão, foco na qualidade dos serviços e prioridade às demandas do consumidor. As práticas de gestão adotadas na administração pública podem ser sintetizadas na obra de D avid O sborne e T ed G laber 5 , no qual os autores 2 CERTO, Samuel C.; PETER, J. Paul. Administração estratégica . São Paulo: Makron Books, 1993. No mes- mo sentido: FLEURY, Newton Meyer. A resposta da gestão estratégica às exigências de efetividade, eficácia e eficiência no Poder Judiciário. In : A Reforma do Poder Judiciário no Estado do Rio de Janeiro – Fundação Getúlio Vargas . Rio de Janeiro: FGV, 2005, pp.25-36. 3 BRYSON, John M. Strategic planning for public and monprofit organizations . San Francisco: Jossey-Bass, 1995, p. 5. 4 ABRUCIO, Fernando Luiz. O impacto do modelo gerencial na administração pública. Cadernos ENAP , Bra- sília: Fundação Escola Nacional de Administração Pública, 1997. 5 OSBORNE, David; GABLER, Ted. Reinventando o governo: como o espírito empreendedor está trans- formando o governo . Brasília: M H comunicação, 1994.
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