Direito em Movimento - Volume 16 - Número 2 - 2º semestre/2018

126 Direito em Movimento, Rio de Janeiro, v. 16 - n. 2, p. 106-136, 2º sem. 2018 ARTIGOS da governação federal na Educação. A UDF sofreu intervenção no Esta- do Novo e perdeu bastante de seu elã inovador. Mais tarde, a Faculdade de Direito da “Rua do Catete”, como era chamada, foi incorporada à Universidade do Estado da Guanabara (UEG), posteriormente designa- da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Não por acaso, a desmobilização do projeto escolanovista da UDF foi realizada após o gol- pe do Estado Novo em 1937, pelo político e educador católico Gustavo Capanema e com forte influência de Francisco Campos. A Faculdade de Direito da “Rua do Catete” foi instalada no mesmo prédio que abrigou, primeiramente, a Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais (que foi transferida em 1937 para o Palácio do Conde dos Arcos, na praça da República). No pórtico de entrada do auditório da Faculdade de Direito da “Rua do Catete” sobressaía a advertência: “Aqui só entra quem sabe sociologia” 34 . A perspectiva epistemológica adotada pelos intelectuais da UDF era multidisciplinar e acentuava a relação entre Direito e Ciências Humanas e Sociais. O dogmatismo juridicista e tecnicista que orientou o ensino ju- rídico pós-Estado Novo tendeu à compartimentação dos saberes e isolou a formação jurídica das demais Humanidades, produzindo um retorno ao ensino jurídico do século XIX. 5. Para uma História da Sociologia do Direito no Rio de Janeiro O pioneiro da Sociologia do Direito no Rio de Janeiro foi o pro- fessor e pesquisador Felippe Augusto de Miranda Rosa (01/12/1920 – 12/03/2009), formado pela Faculdade de Direito da Universidade do Dis- trito Federal (UDF). Miranda Rosa, como era chamado pelos mais próximos, é o elo entre nós, pesquisadores da Sociologia e Direito da Universidade Federal Flu- 34 LYRA, Roberto (1957). Formei-me em Direito, e agora?, Rio de Janeiro: Editora Nacional de Direito.

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