Revista Arte e Palavra - Volume 1

37 Às vezes solitárias. Outras em pares ou trincas, como haicais ou poesias. Um surpreendente jogo de nascimento, fusão e reconstrução de nomes e significados. Espera. Angústia. Medo. Saudade. Luto e Luta. Abraço. Desejo. Todas se juntaram, formando uma grande e nítida LIBERDADE. Em caixa alta. Invadindo a tela, um monstro disforme e tentacular pisoteava a liberdade.  Para salvá-la e impedir que ele desconstruísse o tabuleiro da poesia, virei para trás, devagarinho, tentando surpreender o predador. O fantasma era a sombra de uma esperança pousada na janela. Lembrei de Clarice e sorri. Voltei para a parede a tempo de ver a esperança projetada devorar a liberdade num abraço. Voaram ambas para o mundo. Foto produzida durante a pandemia pela artista plástica Bel Barcellos

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