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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



“Rio de Janeiro como segunda capital federal é a solução para a crise no estado”, diz cientista político em debate na EMERJ

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A Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) trouxe nesta sexta-feira, dia 15, o tema “Um País, Duas Capitais: O Rio de Janeiro como segunda capital”, que foi debatido na 20ª reunião do Fórum Permanente de Direito da Cidade pelo palestrante Christian Edward Cyril Lynch, doutor em ciência política, professor e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

O desembargador Marcos Alcino de Azevedo Torres, presidente do Fórum Permanente, abriu o encontro agradecendo a presença do público e desejou boas-festas a todos. Sobre o tema, ele destacou o interesse pelo debate e os aspectos históricos de muita relevância. A palestra teve como debatedores o professor da UERJ Mauricio Mota e o professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Gustavo Sampaio Telles Ferreira.

De acordo com o palestrante, a crise que o estado do Rio de Janeiro sofre não é pontual, e sim crônica. Ele data da transferência da capital em 1960, em que o Rio deixou de ser oficialmente a capital federal com a inauguração de Brasília. Segundo Christian, a transferência da capital fez com que o estado fluminense deixasse de receber investimentos e contribuições do Governo Federal, pagos durante muitos anos, e que sequer houve indenização pelo prejuízo causado.

“O Rio de Janeiro é uma cidade peculiar e se habituou a ser tutelada pelo Governo Federal; com isso, não desenvolveu o sentimento regionalista que outros estados possuem. O estado ainda é hoje um Distrito Federal disfarçado de capital estadual”, declarou Cyril Lynch.

O expositor, durante todo seu discurso, relatou que o Rio de Janeiro não é um lugar como outro qualquer, e que possui muitas características de capital nacional. Segundo ele, a União é a maior proprietária de imóveis no estado: são 67 órgãos públicos federais, ou seja, um terço da administração Federal. “O nosso estado tem mais funcionários públicos federais do que o distrito federal”, relatou.

Cyril Lynch acredita que regularizar a situação da cidade, devolvendo-lhe oficialmente a condição de Distrito Federal, repararia os males que lhe foram infligidos pela União. Ele destaca a importância e a evidência do município do Rio como cidade símbolo do país, com a que tem maior visibilidade nacional e internacional. Com isso, o palestrante acredita que a saída mais eficaz para esse cenário de amargura - atual crise político-econômica do estado - seria elevar a cidade condição de segundo Distrito Federal. Sendo assim, o Brasil teria duas capitais, tal como Bolívia, Honduras, Chile, Alemanha, Rússia e África do Sul. “Nós não temos como funcionar como outros estados, devido a nossa cultura política de capitalidade, e a presença federal continua enorme no Rio de Janeiro”, disse Cyril.

15 de dezembro de 2017.

Fonte: Assessoria de Comunicação Institucional da EMERJ.