O Fórum Permanente de Biodireito, Bioética e Gerontologia da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro reuniu magistrados, profissionais de saúde e alunos de Direito para um encontro sobre o tema “Racismo e sua Repercussão na Infância e na Saúde. O Futuro para a Espécie Humana”. A juíza Maria Aglaé Tedesco Vilardo, presidente do Fórum, abriu o evento com uma pergunta: “Nós vivemos em uma sociedade racista?”
Para responder a esse e a outros questionamentos e esclarecer as dúvidas sobre o racismo no Brasil, a desembargadora Ivone Caetano, corregedora da Corregedoria Geral Unificada das Polícias Civil e Militar e do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, falou sobre o tema “A Criança, o Adolescente e as Famílias e o Preconceito Racial e Social”. A desembargadora ressaltou as dificuldades enfrentadas por ela até passar no concurso e ser a primeira juíza negra do Estado do Rio de Janeiro. Ela contou que recebeu muito estímulo da mãe para valorizar suas raízes, e ressaltou a importância na educação e na formação das crianças negras: “Quando uma criança aprende, desde o início, que não é melhor nem pior do que ninguém, ela não vai perder a autoestima”.
“Como Garantir o Direito da População Negra à Saúde Isenta de Racismo Institucional?” foi o tema da palestra da professora Isabel Cruz, coordenadora do Núcleo de Estudos sobre Saúde e Etnia Negra da Universidade Federal Fluminense (NEPAE - UFF). O racismo institucional, tal como outras discriminações, não se refere a injúrias, a xingamentos. O racismo institucional, as discriminações institucionais, são visíveis, melhor identificadas quando analisamos e comparamos os grupos populacionais: o grupo de privilégiados e o grupo socialmente vulnerável. O xingamento pode estar mais raro, mas o racismo institucional não”, declarou a professora.
Também participou do evento a médica Cláudia Burlá, membro do Fórum Permanente de Biodireito, Bioética e Gerontologia.
19 de setembro de 2017.
Fonte: Assessoria de Comunicação Institucional da EMERJ.