Professores debatem na EMERJ “Ações Afirmativas na Educação: Acesso e Permanência”
“Todo arcabouço legal não vai dar conta, não vai conseguir através da repressão mudar as coisas para melhor; o que muda, efetivamente, é a educação, pois através dela, ao longo do tempo, será possível alterar a maioria das desigualdades em relação a gênero, a acessibilidade. A palavra é educação. A lei, a punição, a sanção não que não sejam necessárias, mas já está comprovado que elas não irão nos salvar”, discursou o desembargador Caetano Ernesto da Fonseca Costa ao abrir a 88ª reunião do Fórum Permanente de Direitos Humanos da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ).
O encontro ocorreu na tarde do dia 31 de agosto e debateu o tema “Ações Afirmativas na Educação: Acesso e Permanência”, e foi dividido em duas mesas. A primeira discutiu “Políticas Públicas, Ações Afirmativas e Diversidade”, e teve como palestrantes as professoras universitárias Shirlena Campos de Souza Amaral (Universidade Estadual do Norte Fluminense – UENF), Rosana Rodrigues Heringuer (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ) e Elielma Ayres Machado (Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ).
“Embora o Brasil tenha avançado nas últimas décadas em relação ao alcance e à expansão do sistema educacional, ainda há algumas limitações no que diz respeito à qualidade”, relatou Rosana Heringuer. A palestrante define as ações afirmativas na educação como políticas e procedimentos obrigatórios e voluntários, desenhados com objetivos de combater a discriminação e retificar os efeitos de práticas de exclusão exercidas no passado. Ela também ressalta a importância de melhorarmos o acesso ao nível superior que, segundo ela, atualmente só engloba 18% da população.
Elielma Ayres falou sobre legislação e as ações afirmativas exercidas pela UERJ, que atendem grupos historicamente discriminados. Atualmente, segundo dados trazidos pela expositora, são 7 mil alunos bolsistas na Universidade. “O ensino superior, hoje, na UERJ, continua sendo formação de elite, mas, sem dúvidas, muito mais diferenciado, com mais diversidade, comparando-se com 10 anos atrás”.
Shirlena Amaral apresentou a política de cotas exercida na UENF, que, de acordo com a professora, ganhou mais nitidez no ano de 2001 com a instituição de até 40% de vagas para as populações negra e parda no acesso à Universidade do Estado do Rio de Janeiro e à Universidade Estadual do Norte Fluminense.
A segunda mesa de debates destacou as “Ações Culturais e Práticas Pedagógicas”, com os professores Décio Nascimento Guimarães (EMERJ), Umberto Euzébio (Universidade Nacional de Brasília – UnB) e Renata Azevedo Lima Lira, professora de História da Prefeitura do Rio de Janeiro.
Ao final da reunião, ocorreu o lançamento do livro “Educação, Cultura e Sociedade – Diálogos Interdisciplinares”, organizado pelos professores Décio Nascimento Guimarães e Shirlena Campos de Souza Amaral.
01 de setembro de 2017
Fonte: Assessoria de Comunicação Institucional da EMERJ