Fechar

Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



“O preconceito está entranhado na mente da população brasileira”, diz desembargadora Ivone Caetano em encontro que debateu o “Mito da Democracia Racial”

clique na imagem para ampliar

O Fórum Permanente de Estudos Interdisciplinares da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro promoveu nesta quinta-feira (28) o evento “O Mito da Democracia Racial”. A mesa foi presidida pelo desembargador Elmo Arueira, que convidou a professora Ynaê Lopes Santos, o dramaturgo, ator e diretor Rodrigo França e a desembargadora Ivone Caetano para discutir o tema.

A professora Ynaê Lopes abriu o debate falando sobre a construção, em uma perspectiva histórica, do mito da Democracia Racial. A professora deixou claro que a educação e a informação são caminhos para a desestruturação do racismo. “A educação é fundamental para a desconstrução do racismo e isso significa questionar os materiais didáticos, questionar a forma como o ensino é dado e, além disso, promover a conscientização tanto da população negra quanto da população branca”, afirmou a professora.

O ator Rodrigo França falou sobre “Racismo nas Artes”. Durante a palestra, o dramaturgo explicou que apesar de a população brasileira ser composta por mais de 52% de negros, apenas 8,2% interpretam personagens nas novelas brasileiras. “É nítido que, quando ligamos a televisão, que é o maior meio de comunicação de massa, a maioria dos personagens são brancos. A representatividade é muito importante para que os paradigmas da sociedade sejam quebrados”, afirmou Rodrigo. O ator também citou nomes de personalidades brasileiras que ajudaram a desconstruir as mazelas do racismo, como: Machado de Assis, Juliano Moreiro, Conceição Evaristo, Zezé Motta, Cris Vianna entre outros.

Já a desembargadora Ivone Caetano debateu o tema “O preconceito na adoção de crianças”. Para a desembargadora, o preconceito afeta diretamente as crianças negras disponíveis para adoção. “O preconceito está entranhado na mente da população brasileira. Isso afeta tanto as crianças quanto os pais que querem adotar uma criança negra. É uma cultura passada de geração para geração”, afirmou.

Três anos após a criação do Cadastro Nacional de Adoção, as crianças negras ainda são preteridas por famílias que desejam adotar um filho. A adoção inter-racial continua sendo um tabu: das 26 mil famílias que aguardam na fila da adoção, mais de um terço aceita apenas crianças brancas. Enquanto isso, as crianças negras (pretas e pardas) são mais da metade das que estão aptas para serem adotadas e aguardam por uma família.


28 de junho de 2018

Fonte: Assessoria de Comunicação Institucional da EMERJ.