Fórum Permanente de Estudos Interdisciplinares discute “As Raízes da Violência Urbana”
Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), a cada ano a violência cresce no estado do Rio de Janeiro. Para debater o tema “As Raízes da Violência Urbana”, o Fórum Permanente de Estudos Interdisciplinares da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) promoveu um encontro que reuniu estudantes, especialistas, psicólogos e magistrados, nesta quarta-feira 29 de agosto.
“A nossa maior preocupação é indagar de onde vêm essas raízes, porque mesmo com tantas medidas contra a violência no estado, os números continuam crescendo. É importante discutir como podemos como magistrados, como cidadãos mudar esses alicerces que envolvem toda a nossa sociedade”, declarou o desembargador Elmo Arueira, presidente do Fórum.
Para a palestrante, a socióloga Maria Alice Rezendo de Carvalho, a raiz da violência vai além do âmbito social. Por isso, é necessário mudar a estrutura e a cultura, tanto dentro do estado quanto na mentalidade da população. “A violência não é um fenômeno brasileiro, ela está explodindo em todo o mundo. É muito difícil apontar com precisão a extensão da violência com o que nós temos lidado”, ressaltou a socióloga.
“Quando dizemos que as políticas sociais não entram nas favelas, isso é real, e é um problema não só porque elas não entram e sim porque, ao não entrarem, inviabilizam a autonomia daquelas populações. As pessoas passam a depender daqueles autônomos que fornecem o que o estado e o governo deveriam oferecer. Então não é só dar a escola, é garantir a autonomia política para aquelas pessoas se organizarem”, afirmou a Maria Alice.
A socióloga considerou ainda: “Se eu tivesse que produzir uma reflexão mais dinâmica, eu diria que deveríamos procurar as raízes da nossa violência contemporânea no período da ditadura militar, porque nesse período se cancelou a política, e a, política é um elemento de grande favorecimento do diálogo e da tentativa de encontro”.
Participaram da mesa também a desembargadora Áurea Pimentel e o juiz João Marcos Castello Branco Fantinato.
29 de agosto de 2018.
Fonte: Assessoria de Comunicação Institucional da EMERJ.