Especialistas falam sobre segurança pública e destacam o ano de 2017 como o mais violento no Rio de Janeiro
A palestra “O Amor em Tempos de Cólera” foi promovida pelo Fórum Permanente de Segurança Pública e Execução Penal, presidido pelo desembargador Alcides da Fonseca Neto, nesta segunda-feira, dia 13. O objetivo foi dar continuidade e aprofundar o debate sobre a Segurança Pública e a questão dos afetos, a partir da perspectiva do amor. Durante o encontro,, frisou-se que a segurança pública constitui um dos maiores desafios do Estado de Direito do Brasil, em meio ao crescimento da violência e das descontinuas políticas de segurança que pouco mudaram a realidade.
A abertura da conferência, foi realizada pelo desembargador Luciano Silva Barreto, vice-presidente do Fórum Permanente. Participaram como palestrantes, os professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Oswaldo Munteal Filho, Lia Faria, Vivian Fonseca, Stella Taquette, a sub-reitora da UERJ, Tânia Netto e o coronel da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, Íbis Pereira.
O coronel Íbis Pereira discursou sobre a questão da violência, em especial a sofrida por policias militares e apresentou estatísticas alarmantes: “Nós últimos 30 anos, mais de 1 milhão de brasileiros foram vítimas de morte violenta e intencional no nosso país. Essas mortes incluem crimes como homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte, latrocínio e as mortes decorrentes por resistência a ação da polícia. Apenas em 2016 foram mortas mais de 60 mil pessoas. No Rio de Janeiro, entre os meses de janeiro a setembro deste ano, segundo dados do Instituto de Segurança Pública, 4.974 pessoas foram vítimas de letalidade violenta, entre as vítimas 118 eram policias“.
O professor Oswaldo Munteal destacou a desigualdade como sendo um dos principais fatores que levam à violência. Ele acredita que a opressão não é a melhor forma de combate aos crimes, e que a educação auxilia na tomada de decisões corretas.
Para Lia Faria, “ficar velho” é deixar de sonhar. Em sua palestra, Lia abordou questões relacionadas a desigualdade e privilégios. Segundo a professora, é preciso preocupar-se mais com as futuras gerações e ir às ruas e declarou: “Nós, muitas vezes, sentenciamos antes de julgar, ou sentenciamos e não julgamos. Esse é o problema que vivemos hoje: a perda total do diálogo”.
Stella Taquette trouxe o cuidado – paternalidade social e familiar - como uma forma de auxiliar o desenvolvimento da criança: “O ser humano precisa, desde muito cedo, dessa proteção externa, e quanto mais novo, maior a proteção. À medida que crescemos essa proteção vai diminuindo, pois vamos internalizando o cuidado próprio. Muitas crianças não estão tendo essa paternalidade familiar e social, papel fundamental no desenvolvimento do indivíduo”, disse Stella.
A professora Vivian Fonseca falou sobre “A Cultura como potência (afetiva): Apontamentos sobre Políticas para Diversidade”. Em sua apresentação, ela apresentou aspectos históricos sobre a diversidade social e cultural.
A sub-reitora da UERJ, Tânia Netto, destacou a importância do evento e informou que o material extraído ao final de cada encontro deverá ser publicado, diante da proporção que o Fórum Permanente tem tomado.
13 de novembro de 2017.
Fonte: Assessoria de Comunicação Institucional da EMERJ.