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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



Ativistas transfeministas debatem a violência contra transexuais na EMERJ

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A advogada Maria Eduarda, a psicóloga Jaqueline e a professora Fran têm histórias diferentes, mas com muitos pontos em comum. As três enfrentaram preconceitos em busca do reconhecimento da própria identidade. Elas são transexuais e ativistas transfeministas e foram as convidadas pelo Fórum Permanente de Violência Doméstica, Familiar e de Gênero da EMERJ para o evento “A violência contra Transexuais”, neste dia 21 de novembro.

A professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Fran Demétrio, disse que encontros como esse são de grande importância como estratégia política e educativa para a construção de um outro pensamento acerca da diversidade. “Nós precisamos entender que não existe um padrão único, uma única forma humana, existem várias formas de ser e de existir no mundo”, destacou.

“Com esse evento, estamos iniciando os trabalhos que fazem parte da Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres”, disse a juíza Adriana Ramos de Mello, presidente do Fórum. A Campanha é uma mobilização que tem a adesão de cerca de 160 países com o engajamento da sociedade civil e do poder público, e tem início dia 25 de novembro - Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher. No Brasil, que aderiu à Campanha em 2003, as atividades começam dia 20 de novembro - Dia da Consciência Negra. A juíza Adriana Ramos de Mello pontuou que, apesar de as pessoas considerarem o Brasil um país acolhedor, ainda se trata de um país com muitos preconceitos.

A psicóloga e ativista transfeminista Jaqueline Gomes de Jesus ressaltou que 95% das mulheres transexuais só conseguem trabalho no “mercado sexual” e fez um questionamento: “Será que é porque elas querem? ”

“Além da violência física, as mulheres transexuais sofrem vários tipos de violência: quando não conseguem ter cidadania, quando não conseguem emprego, quando sofrem preconceito na rua, quando não conseguem construir uma família”, destacou a advogada Maria Eduarda Aguiar, coordenadora estadual da Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas.

O Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo. Em 2016 foram três mortes por dia. Segundo dados do Grupo Gay da Bahia, a expectativa de vida deste grupo é de 35 anos, menos da metade da média do país, que é de 75 anos.

21 de novembro de 2017.

Fonte: Assessoria de Comunicação Institucional da EMERJ.