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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



"Acadêmicos e autoridades se reúnem para debater direito à saúde”




No dia 27 de abril foi realizado, no Auditório da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, o terceiro encontro do Curso Justiça e Saúde, aberto pela desembargadora Leila Mariano, Diretora-Geral da EMERJ. O evento foi promovido pelo Comitê do Estado do Rio de Janeiro do Fórum Nacional de Saúde do Conselho Nacional de Justiça (FNS/CNJ) como parte do Curso de Aperfeiçoamento realizado pela Escola da Magistratura Regional Federal da Segunda Região – EMARF – em parceria com a EMERJ. As palestras, que se iniciaram em 30 de março e acontecerão até o próximo dia 4 de maio, são destinadas a magistrados estaduais e federais, membros do Ministério Público, advogados públicos e gestores de saúde pública e suplementar.

O juiz federal Ricardo Perlingeiro e a juíza de Fazenda Pública Maria Paula Galhardo respondem pela direção do Comitê fluminense do FNS/CNJ. Ricardo Perlingeiro também divide a coordenação científica do curso Justiça e Saúde com Vera Lúcia Edais Pepe, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz.

A programação acadêmica iniciou-se com palestra da jurista Ada Pellegrini Grinover que, em sua obra, "Os processos coletivos nos países de civil law e common law: uma análise de direito comparado", em coautoria com Kazuo Watanabe e Linda Mullenix, publicada em 2008 pela editora Revista dos Tribunais, observou a força que vem ganhando o movimento legislativo para ampliar a legitimidade dos mais variados representantes da sociedade para propor ações coletivas, ou seja, para buscar o Judiciário por direitos que são de todos. No Brasil, em 2007, o Ministério da Justiça recebeu o anteprojeto do Código Brasileiro de Processos Coletivos, cuja redação, aliás, ficou a cargo da professora da Universidade de São Paulo (USP). Mas, enquanto as novas regras não chegam, multiplicam-se as discussões sobre quem pode ou não ajuizar esse tipo de ação - e em que condições - principalmente quando se trata de questões tão complexas como as políticas públicas de saúde.

O debate teve foco na tutela judicial do direito à saúde e conta, além da palestrante referida, com nomes que são referência no assunto, entre acadêmicos e autoridades. A exposição sobre a prova técnica nos processos coletivos foi feita pelo advogado Paulo Lucon, também docente da USP e integrante da Comissão Especial do Novo Código de Processo Civil na Câmara dos Deputados. Já a análise sobre meios alternativos de solução de conflitos envolvendo saúde, como a mediação, a conciliação e a arbitragem, ficou por conta do procurador Marcelo José Magalhães Bonício, do Ministério Público Estadual de São Paulo.

À tarde, a jornada incluiu mesa redonda, que discutiu o aperfeiçoamento da prestação jurisdicional, sob a ótica da efetiva atuação dos juízes para assegurar o direito à saúde pública e suplementar. Os debatedores foram a juíza Maria Paula Galhardo, a assessora técnica do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, Lore Lamb, a promotora de justiça de tutela coletiva de saúde da capital do Estado do Rio de Janeiro, Anabelle Macedo Silva, e o procurador federal junto à Agência Nacional de Saúde (ANS), Otávio Augusto Lima de Pilla.