EMERJ inaugura Fórum Permanente de Direito Eleitoral

Em meio à complexidade do atual momento político nacional, a Escola da Magistratura do Rio de Janeiro – EMERJ inaugurou um espaço voltado para o debate e a reflexão sobre temas eleitorais. O Fórum Permanente de Direito Eleitoral da EMERJ tem como presidente o desembargador Fernando Cerqueira Chagas e promoverá palestras com especialistas para falar sobre política e sobre matéria eleitoral.

A temática de estreia do Fórum foi “A Participação Feminina na Política”, apresentada pela ex-ministra do Tribunal Superior Eleitoral, Luciana Lóssio. Participaram da abertura do encontro, o presidente do Fórum, desembargador Fernando Cerqueira Chagas; o diretor-geral da EMERJ, desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo; a presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, desembargadora Jacqueline Lima Montenegro; e a juíza auxiliar da EMERJ, Adriana Ramos de Mello.

Segundo o desembargador Fernando Cerqueira Chagas, ainda há uma visão de cunho machista na política, e ele indagou: “Por que não haver em todas as instituições a paridade na composição de seus membros”? Já o diretor-geral da EMERJ, desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, disse ser difícil o momento da política brasileira: “As discussões acerca de reformas políticas estão acentuadas e este Fórum busca ser um ambiente propício para esses debates. O tema trazido hoje, a igualdade entre homens e mulheres, consagrada na Constituição Federal, não é retratada no cenário político. Em um país em que mais da metade da população é feminina, deveria existir maior participação delas no ambiente político”.

Para a palestrante, Luciana Lóssio, este tema é importante para a democracia: “Não podemos mais fechar os olhos e fingir que não há esse déficit de representação no Brasil”. E lembrou que, neste ano de 2017, completam-se 85 anos da conquista do voto feminino. “E fica a pergunta: será que de fato há o que se comemorar?”, indagou e completou: “Lamentavelmente, a resposta é negativa, comprovada pelos dados: No Brasil, apesar de 52,30% do eleitorado serem mulheres, a representação na Câmara dos Deputados é de 9,9%; no Poder Executivo Estadual, dos 27 estados da federação, há apenas uma mulher como governadora. Portanto, esses dados nos chocam. ”

Em relação aos estados brasileiros, a ex-ministra apresentou as seguintes estatísticas: “O Amapá tem a maior representação feminina no Parlamento, com 41%, e o Mato Grosso, a menor: não possui nenhuma mulher eleita na Câmara dos Deputados e apenas 4% de representação feminina na Assembleia Legislativa”, informou. A palestrante apontou ainda os quatro estados com nenhuma representação feminina no Parlamento: Alagoas, Espírito Santo, Paraíba e Sergipe.

No cenário latino-americano, o Brasil ocupa o último lugar em representatividade política feminina, revelou Luciana, que retrucou dizendo que, apesar do índice, a mulher brasileira é bastante interessada em política. “O percentual de mulheres filiadas a partidos políticos é de 45%, ou seja, a mulher tem engajamento na política, mas os partidos políticos não lhes abrem as portas e não as registram como candidatas. Dos 35 partidos políticos do país, apenas em dois deles há mulheres presidindo partidos”. Em seguida indagou: “E por qual razão temos essa disparidade? ”, e respondeu ser devido a freios culturais e sociais. “Em que pese a mulher ter conquistado o direito ao voto no Brasil, desde 1932, esse direito não foi pleno”, disse.

A palestrante contextualizou também o cenário mundial e apresentou o mais recente levantamento feito pela organização União Interparlamentar (Inter-Parliamentary Union - IPU): “Neste ranking mundial, temos 193 democracias. O Brasil ocupa o 154º lugar em representatividade política feminina. Perdemos para países que, por exemplo, renegam o direito à mulher, como a Arábia Saudita, Índia, Iraque. De fato, temos que nos preocupar com esses dados”. Ela informou que os países nórdicos lideram o ranking, possuindo o maior índice de desenvolvimento humano, quando homens e mulheres têm as mesmas condições e possibilidades.

Luciana Lóssio concluiu não haver justificativa para que a mulher não tenha uma representação minimamente igualitária em um país em que elas são maioria da população. “Nas últimas eleições de 2016, a mulher se tornou maioria do eleitorado em todos os estados da federação”. E alertou: “Estudos demonstram que, no cenário político eleitoral, para que se alcance a igualdade de representação, se continuarmos a caminhar neste passo, ainda faltarão 169 anos para alcançarmos igualdade de gênero na política”.

22 de maio de 2017

Fonte: Assessoria de Comunicação Institucional EMERJ




Magistrados EMERJ

MAGISTRADOS

Informações sobre cursos oficiais de formação e aperfeiçoamento.

Virtual EMERJ

VIRTUAL EMERJ

Ambiente Virtual de Aprendizagem. Cursos oferecidos na modalidade a distância.

Portal Acadêmico EMERJ

PORTAL ACADÊMICO

Destinado aos alunos e professores do Curso de Especialização em Direito Público e Privado.

Eventos EMERJ Gratuitos

EVENTOS EMERJ GRATUITOS

Fóruns, seminários e ciclo de palestras destinadas ao público em geral.

Publicações EMERJ

PUBLICAÇÕES

Artigos jurídicos de diferentes áreas do direito.

Informativo EMERJ

INFORMATIVO

Divulgação de eventos, cursos e notícias.

EMERJ em Pauta

EMERJ EM PAUTA

É o programa em vídeo disponibilizado no seu canal de Youtube, destinado a estudantes, profissionais do Direito e público em geral.

Eventos Gravados EMERJ

EVENTOS GRAVADOS

Seminários e ciclo de palestras realizados pela EMERJ.

Vídeo Institucional EMERJ


VÍDEO INSTITUCIONAL

Lançamento de Livros

LANÇAMENTO DE LIVROS

Divulgação dos lançamentos de livros de autores da área jurídica.

Eventos Externos

EVENTOS EXTERNOS

Divulgação de eventos da área jurídica de outras instituições.