EMERJ recebe indígenas para debate sobre Etnia, Raça e Gênero
Os Fóruns Permanentes de Direitos Humanos e de Violência Doméstica, Familiar e de Gênero da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) promoveram nesta sexta-feira, 01 de dezembro, o encontro “Etnia, Raça e Gênero no Contexto dos Direitos Humanos”.
Na abertura do evento, o presidente do Fórum Permanente de Direitos Humanos, desembargador Caetano Ernesto da Fonseca Costa, falou da importância de debater a questão do índio no Brasil: “Precisamos tomar consciência de que a História do Brasil não começa com a chegada dos europeus”, ressaltou o desembargador.
Durante o evento, foi apresentado um vídeo produzido pelo grupo musical do desembargador Wagner Cinelli de Paula Freitas, que também estava presente, com um clipe sobre a lenda de Acaiaca, que conta a história da dizimação de uma tribo de Minas Gerais.
O líder indígena Arassari Pataxó falou da importância da demarcação das terras indígenas ao expor o painel “Os Povos Indígenas e suas Principais Vulnerabilidades”. Arassari Pataxó pontuou que: “Os indígenas sofrem com a violação dos Direitos Humanos há 517 anos. Cento e cinquenta indígenas morrem por ano no Brasil na luta pela terra. O homem branco se considera dono da terra; nós somos filhos da terra”. Arassari falou sobre os costumes do seu povo, que vive em Paraty, no sul do Estado do Rio. Acompanhado do cacique Hagüi, da vice-cacique Nawã, do índio Pacari e da índia Mairy, de oito anos, ele terminou a palestra com uma dança de agradecimento.
O professor José Ribamar Bessa Freire, coordenador do Programa de Estudos dos Povos Indígenas da UNIRIO, disse que vê com muita simpatia eventos como o da EMERJ: “Os estudantes de Direito e os magistrados precisam receber informações sobre os índios para que não repitam a carga de preconceitos transmitida pela mídia e pela sociedade. A população é mal-informada sobre a contribuição que os índios deram para a nossa forma de ser brasileiros. Só no dicionário do Houaiss existem 45 mil palavras de origem indígena”. Freire concluiu: “A tomada de consciência ajudaria muito a convivência entre o Brasil não indígena e o Brasil indígena”.
A coordenadora executiva da CEPIA (Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação), Leila Linhares Barsted, e a assistente social do Juizado de Violência Doméstica e Familiar, Soyanni Silva Alves, participaram do painel “Gênero e Raça no Contexto dos Direitos Humanos”.
Também participaram do evento o professor Miguel Lanzellotti Baldez; e os debatedores, o professor Leonardo de Souza Chaves, membro do Fórum Permanente de Direitos Humanos, e a juíza Katerine Jatahy Kitsos Nygaard.
01 de dezembro de 2017.
Fonte: Assessoria de Comunicação Institucional da EMERJ.