EMERJ debate a Desumanização da Psiquiatria
O Fórum Permanente de Direito e Saúde e o Fórum Permanente de Direitos Humanos realizaram respectivamente sua 8ª e 66ª reunião sobre o tema “Os Direitos (des)humanos e a Desumanização da Psiquiatria”, no último dia 9 de junho, no auditório Desembargador Paulo Roberto Leite Ventura. O evento foi aberto por seus respectivos presidentes: o desembargador Sérgio Verani e a juíza Isabel Coelho. A palestrante foi Olga Runciman, enfermeira psiquiatra e cofundadora do Movimento “Escutando Vozes” (Hearing Voices). Como debatedor, foi convidado o doutor em Saúde Pública, Paulo Amarante.
Após uma breve introdução sobre o tema realizada pelos presidentes dos Fóruns, o doutor Paulo Amarante destacou: “A dimensão jurídicopolítica da reforma psiquiátrica é fundamental para termos pessoas que consigam vislumbrar a luta por direitos humanos, nessa área, de uma maneira diferente. Porque vemos muitos juízes determinarem a internação compulsória. O que exatamente criticamos”.
Em seguida, a enfermeira psiquiatra Olga Runciman analisou: “Na Dinamarca, o tratamento forçado é permitido caso o paciente negue e no caso dos ‘esquizofrênicos’ temos um maior índice de não conformidade. Uma explicação é que o paciente não tem ideia sobre sua doença”. E concluiu: “Acreditamos que não há Psicologia humana sem contexto, sem significado. Por isso nos concentramos tanto na história de vida das pessoas. Os direitos humanos, para pessoas com diagnósticos psiquiátricos, são extremamente importantes. E não podemos ignorar suas terríveis experiências de vida, pois às vezes, são o motivo de tudo”.
Ao fim da palestra, ocorreu intenso debate entre os componentes da mesa e o público.