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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



“Sextas na EMERJ” contará com a presença do diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner

A palavra é “Memória”


“Sextas na EMERJ” contará com a presença do diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner. A palavra é “Memória”
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A Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro preparou uma série de iniciativas para o mês de abril, com base no tema “Raízes do Brasil”. E na semana em que se comemora o Dia Nacional da Biblioteca (9 de abril), vamos falar de memória.


O paleontólogo teuto-brasileiro e austro-brasileiro Alexander Wilhelm Armin Kellner, diretor do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, será o convidado do programa de entrevistas “Sextas na EMERJ - Biblioteca”, que acontecerá no dia 9 de abril, às 17h, com tradução para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). O juiz Luiz Eduardo Castro Neves, autor de diversos livros, conduzirá a entrevista. Ele foi juiz auxiliar da Corregedoria Geral da Justiça e da Presidência do TJRJ, atualmente é titular da 21ª Vara Cível da Capital.


O programa, exibido quinzenalmente no Instagram oficial da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ), @emerjoficial, é uma série de entrevistas que faz parte do projeto de revitalização da Biblioteca TJRJ/EMERJ Desembargador José Carlos Barbosa Moreira, e reúne magistrados do Poder Judiciário e personalidades da sociedade civil que fazem a diferença em suas respectivas áreas.


Alexander Kellner


Filho de mãe austríaca e pai alemão, Alexander Kellner veio para o Brasil ainda criança, onde se naturalizou. Em 1982, iniciou a atividade científica dedicando-se ao estudo dos vertebrados fósseis. Na Universidade Federal do Rio de Janeiro, realizou tese de mestrado revisando os pterossauros de depósitos brasileiros, e concluiu tese de doutorado pela Columbia University em programa conjunto com o American Museum of Natural History. Ingressou no Museu Nacional como professor em 1997, onde ainda desempenha atividades de pesquisa, ensino e extensão. Alexander foi chefe do Departamento de Geologia e Paleontologia, e coordenador do Programa de Pós-graduação em Zoologia do Museu. O paleontólogo coordenou a exposição “No tempo dos dinossauros” e organizou a montagem do primeiro dinossauro de grande porte do país, o Maxakalisaurus topai, o qual lhe rendeu o voto de aplauso do Congresso Nacional em 2006.


Alexander Kellner desenvolve linhas de pesquisa com répteis fósseis, sobretudo pterossauros, dinossauros e crocodilomorfos. Entre suas principais descobertas está o dinossauro Santanaraptor placidus, com músculos e vasos sanguíneos fossilizados; e o pterossauro Thalassodromeus sethi, base para estudos sobre a fisiologia, e uma nova teoria sobre a competição entre aves primitivas e pterossauros. O paleontólogo descreveu 71 espécies novas, tendo estudado material na Mongólia, Irã, Marrocos, Líbano, China, Argentina, Chile, Venezuela, Estados Unidos, Austrália, Antártica, Espanha, entre outros.


Devido à sua atividade, recebeu prêmios e homenagens, sendo eleito membro titular da Academia Brasileira de Ciências, membro honorário da New York Paleontological Society, e da Sociedad Paleontologica de Chile, além de pesquisador associado do American Museum of Natural History e do Institute of Vertebrate Paleontology and Paleoanthropology. Em 2010, recebeu o prêmio da The World Academy of Sciences na categoria “Ciências da Terra”.


Museu Nacional


O Museu é uma instituição autônoma, integrante do Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro, vinculada ao Ministério da Educação.


É a instituição museológica e de pesquisa mais antiga do país, teve grande parte de seu acervo consumido por fogo em 2018, quando completou 200 anos. Na ocasião, algumas coleções foram completamente perdidas, como a de 12 milhões de insetos. No incêndio, sarcófagos e múmias da coleção egípcia também sofreram danos, assim como parte significativa do material etnográfico de indígenas brasileiros. Naquele ano, o Museu Nacional havia completado 200 anos, em junho. Apesar dos danos, a peça mais preciosa do acervo, o crânio da Luzia, fóssil humano mais antigo das Américas, com 12 mil anos, teve apenas algumas escoriações possíveis de serem reparadas. O meteorito Bendegó, um dos maiores já encontrados no país, também sobreviveu ao calor das chamas.


Mais informações sobre o Museu Nacional no link http://www.museunacional.ufrj.br/


Sextas na EMERJ - Feminismo


No último programa, dia 26 de março, a juíza Andréa Pachá entrevistou a professora, socióloga e cientista política Jacqueline Pitanguy, sobre feminismo.


A juíza é presidente do Fórum Permanente de Direito, Arte e Cultura da Escola, e mestre em Direitos Humanos e Saúde Pública pela Fiocruz.


Jacqueline Pitanguy escreveu a obra “O que é feminismo” e é uma das fundadoras da CEPIA (Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação), organização não governamental, sem fins lucrativos, cujo objetivo é lutar pela igualdade de gênero em defesa dos direitos das mulheres.


Aborto, liberdade, direitos e retrocesso foram alguns dos assuntos tratados na entrevista.


“Eu faço parte de um grupo de mulheres que nos anos 70 (1970) trilharam os caminhos do feminismo no Brasil. O feminismo como movimento político organizado veio dos anos 70”, disse Jacqueline, ao comentar a luta das mulheres nos tempos da ditadura. Ela acrescentou: “Democracia é também igualdade”.


A socióloga fez um breve histórico citando momentos de luta das mulheres por seus direitos, e ressaltou: “O feminismo é fluido, é construído através da luta política. È também o momento histórico que define o feminismo”.


A juíza Andréa Pachá citou o retrocesso do atual momento político, e Jacqueline Pitanguy destacou: “O Brasil ainda é muito patriarcal, os fundamentos do poder são muito patriarcais”.


Sobre os direitos reprodutivos das mulheres, a socióloga disse; “Estamos num momento de divórcio entre a sociedade e o Estado. Estamos em um momento de ataque aos direitos reprodutivos das mulheres. O aborto é um problema seríssimo. A Justiça Reprodutiva está ligada às desigualdades sociais e de raça. Estamos falando de saúde”.


Sobre o maior desafio da busca pelos direitos das mulheres, Jacqueline falou da importância dos debates, do teatro, do cinema, da literatura, e concluiu: “A desigualdade não vem da natureza. Ela pode ser desconstruída”.



06 de abril de 2021


Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)