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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



“Regularização Fundiária de Assentamentos Informais na América Latina” foi tema de webinar da EMERJ


“Regularização Fundiária de Assentamentos Informais na América Latina” foi tema de webinar da EMERJ
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O Fórum Permanente de Direito da Cidade da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) e a Rede de Pesquisa em Direito da Cidade da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (RPDC - UERJ) se reuniram para promover o webinar “Regularização Fundiária de Assentamentos Informais na América Latina: Caso Brasil e Venezuela”. O evento ocorreu na manhã do dia 05 de julho, com tradução simultânea para espanhol e foi transmitido pelas plataformas Zoom e YouTube.


O presidente do Fórum, desembargador Marcos Alcino de Azevedo Torres, doutor em Direito pela UERJ, abriu o encontro. Na oportunidade, a obra de Emilio José Urbina Mendoza “Las Declaratorias de Terrenos Urbanos Como Ejidos Municipales En Venezuela” foi lançada.


“Os ejidos são inalienáveis e imprescritíveis. Só poderão ser alienados após o cumprimento das formalidades previstas nas portarias municipais e nos casos por elas indicados”, disse o professor Emílio José Urbina Mendoza, doutor em Direito pela Universidad de Deusto, autor do livro “Las Declaratorias de Terrenos Urbanos Como Ejidos Municipales en Venezuela”.


Para o desembargador Marcos Alcino Torres, os municípios devem auxiliar e avaliar os materiais utilizados na estrutura de alguns edifícios, para evitar que a vida do morador esteja em risco: “O município tem que tomar a administração de alguns condomínios em que as pessoas não têm condições de fazer uma reforma estrutural, pois se nada for feito daqui a pouco pode cair. Como vimos em Miami, prédios de luxo também caem. Se esses prédios não tiverem um acompanhamento das ferragens teremos problemas piores, como Muzema e Rio das Pedras”.


O professor Emerson Affonso da Costa Moura, doutor em Direito pela UERJ, falou sobre como no Brasil a divisão de terra e moradia estão diretamente ligadas à economia: “O problema de regularização fundiária no Brasil surge de um problema de ocupação supostamente irregular do solo urbano. O grande problema inicial foi a modelagem política da ocupação de terra do território brasileiro, ou seja, a ideia da partilha do território em três faixas ocupados por uma nobreza portuguesa que distribuiria e permitiria a exploração dos recursos naturais com fins de enriquecimento e melhoria, não da colônia, e sim da metrópole”.


“Portanto, adotou-se a ideia de que a terra seria distribuída apenas para fins econômicos. Isso ocorreu em cada ciclo, ou seja, do café, da cana e da exploração do Pau-Brasil. Em cada momento não havia uma preocupação com a moradia ou construção de uma cidade como ocorreu na colonização espanhola, cuja ideia era de que as colônias fossem o espelho da metrópole e pudessem refletir a grandeza. A colonização portuguesa no Brasil adotou esse viés patrimonialista que acabou fazendo com que a criação das cidades e a própria expansão da cidade fosse sempre pelo fluxo econômico”, concluiu o professor Emerson Moura.


O professor Maurício Jorge Pereira da Mota, doutor em Direito pela UERJ e membro do Fórum, tratou do tema “Programa Casa Verde e Amarela: Inovações no Processo de Regularização Fundiária da Lei 13.465/17” e revelou uma pesquisa realizada pela RPDC que fala sobre a dificuldade de registro de imóveis no Brasil: “Em Rondônia, 75% dos imóveis da capital, Porto Velho, não são regularizados”.


Para assistir à transmissão completa, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=UO7NcdelNEM


Foto: Rosane Naylor.




05 de julho de 2021


Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)