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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



“Racismo religioso e sistema de Justiça” é tema de evento da EMERJ


“Racismo religioso e sistema de Justiça” é tema de evento da EMERJ
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“Dia 21 de janeiro é o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, e nós promovemos esse debate para reflexão. A data também marca e é muito simbólica para todos nós pelo falecimento da mãe Gilda, ialorixá do Ilê Axé Abassá de Ogum, que sofreu atos de intolerância religiosa, mas que para nós é um grande símbolo na luta contra o racismo e na luta por igual liberdade religiosa no país”, comentou a presidente do Fórum Permanente de Direito e Relações Raciais da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ), Lívia Sant’Anna Vaz, na abertura do evento da última quinta-feira, dia 21.


Em sua 5ª reunião, o Fórum discutiu sobre “Racismo religioso e sistema de Justiça” no webinar que também reuniu o vice-presidente do Fórum, juiz André Nicolitt; o coordenador do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas da Universidade Católica de Pernambuco, padre Clovis Cabral; a ialorixá do Ilê Axé Abassá de Ogum, mãe Jaciara Ribeiro; a ialorixá do Ilê Axé Omilayo, mãe Rosiane de Iemanjá; e o advogado das religiões afro-brasileiras no STF, Hédio Silva Jr.


“Temos aqui pessoas fantásticas, que trarão muita riqueza e reflexão às 414 pessoas que estão nos assistindo pelo Zoom. Isso é um motivo de alegria e mostra a importância do tema, que seguramente nos fará pessoas melhores e mais esclarecidas a respeito da luta contra o racismo”, comentou o vice-presidente do Fórum, juiz André Nicolitt. O evento foi transmitido via plataforma Zoom e também pelo canal oficial da EMERJ no YouTube.


Em sua fala, a ialorixá do Ilê Axé Abassá de Ogum, mãe Jaciara Ribeiro, explicou que a morte não é apenas o que tira a vida, mas também o que atinge a cultura e a liberdade da pessoa.


“É uma data para refletirmos. Faz 21 anos da morte da mãe Gilda, e vemos como está a situação em todo o Brasil em relação ao ódio religioso, que ainda mata. A morte não é apenas perder o corpo, mas é também simbólica, de pessoas que perdem a autoestima, de jovens negros que são do candomblé e, quando vão para a faculdade, não podem usar seu turbante ou o fio de conta. Quando a criança vai para a escola e não pode assumir que mora em um terreiro, pois se o professor for evangélico, demonizará a criança. É um momento de luta e luto”, disse.


O advogado das religiões afro-brasileiras no STF, Hédio Silva Jr, comentou: “A democracia em um país plural, multirreligioso como é o Brasil é que todos os grupos possam se expressar e ter uma convivência harmoniosa e uma cultura de paz. Como o padre Covis disse, a intolerância religiosa atinge a dignidade humana física e moral do ser humano, além de ser uma ameaça mundial à paz. Segundo a Organização das Nações Unidas, 75% dos conflitos em curso no planeta têm alguma base em natureza racial, cultural ou religiosa”.


Para assistir à transmissão completa, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=fol3Hn_HxlI&ab_channel=Emerjeventos



22 de janeiro de 2021