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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



Processo do envelhecimento foi tema do primeiro evento do ciclo de palestras "Conversas com a Juíza"


Processo do envelhecimento foi tema do primeiro evento do ciclo de palestras “Conversas com a Juíza”
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“O webinar de hoje faz parte da semana da mulher na EMERJ. Começamos ontem com eventos que mostram a luta das mulheres de todas as etnias, classes sociais, gêneros e faixas etárias por uma condição de maior igualdade social e garantia de direitos", destacou a diretora-geral da EMERJ, desembargadora Cristina Tereza Gaulia na abertura do webinar “Fiquei Velha e Continuo Mulher”.


Cristina Gaulia, doutora em Direito pela Universidade Veiga de Almeida e mestre em Direito pela Universidade Estácio de Sá, prosseguiu: "Na obra A Era dos Extremos do autor Eric Hobsbawm, ele diz que o Século XX é a era dos extremos, que começa com a primeira guerra (1914) e termina com o fim da União Soviética (1991). E para a historiadora Lilia Schwarcz, o Século XXI só começa com a pandemia globalizada de 2020. O Século XXI não é mais a era dos extremos, e sim a era do preconceito. Nós não podemos ignorar como o preconceito está presente nas nossas vidas através do marketing, que atua para reforçar os preconceitos no dia a dia. Mudar esse comportamento acrítico é de extrema importância, principalmente quando estamos falando de jurisdição, de Justiça e de novas categorias humanas e sociais”.


O evento foi promovido pelo Fórum Permanente de Biodireito, Bioética e Gerontologia, nesta terça-feira (09). As transmissões foram por meio da plataforma Zoom e do canal do YouTube “Emerj eventos”.


Para a presidente do Fórum, juíza Maria Aglaé Tedesco Vilardo, doutora em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva em associação da UERJ, UFRJ, UFF e Fiocruz, o Direito é uma ferramenta de mudança social. Ela afirma isso com base nas convicções do professor Adilson José Moreira: “Eu concordo com o Adilson Moreira quando ele fala da compreensão do Direito como um instrumento de transformação social. Este Fórum tem a preocupação com os vulneráveis, que são pessoas excluídas de diferentes vetores de exclusão. O foco do Fórum é trazer esse conhecimento interdisciplinar para esclarecer as questões do Biodireito que chegam ao Poder Judiciário e nos obrigam a tomar uma decisão para os jurisdicionados. Não podemos apenas decidir com a técnica neutra. O professor Adilson lembra que a neutralidade não existe, por isso, nós criamos esse ciclo de palestras chamado ‘Conversas com a Juíza’, para trazer múltiplas vozes”.


“Nós mulheres que temos um corpo que sabe gestar, aleitar e criar temos a responsabilidade de alimentar as outras gerações com as nossas experiências. Isso traz a responsabilidade de renovar valores, de olhar para a diversidade. A mulher parece que tem essa responsabilidade maior porque sobre ela recai a questão do padrão da beleza. É a mulher que é mais maltratada porque o corpo envelheceu e não corresponde mais àquele padrão estético da jovem bela e atraente. Ela precisa continuar a ser mulher, ela é capaz de reverter esse padrão para uma nova estética do envelhecimento. O marketing disponibiliza para a mulher uma fantasia de permanecer linda com uma pele maravilhosa e com um corpo exuberante. Nós, velhas, temos a responsabilidade de contrapor esse mercado e essa ilusão da juventude eterna, os valores de uma nova estética, os valores de uma nova beleza”, disse a psicóloga Ligia Py, doutora em Psicologia e mestre em Psicossociologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).


A médica geriatra Claudia Burlá, doutora em Bioética pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, (Portugal), e membro do Fórum Permanente, recomendou aos participantes não ignorarem os sintomas prévios que as doenças apresentam: “O que me parece muito difícil nesse processo do envelhecimento é as pessoas aprenderem a escutar a voz do próprio corpo. Porque não são incomuns sinais e sintomas, que nitidamente são doenças, serem interpretados como próprios da velhice. Antes de rotular como próprios do padrão do envelhecimento, procurem saber se isso não é uma doença, uma condição que requeira uma intervenção imediata. Eu fico tensa quando recebo pessoas com doenças avançadas e que seguramente poderiam ter mudado o curso natural daquele processo, se aqueles sinais fossem identificados no inicio da doença”.


Para assistir ao webinário completo acesse: https://www.youtube.com/watch?v=FnQs6DxyTV0


Os eventos da EMERJ ficam disponível no canal do YouTube “Emerj eventos”.



09 de Março de 2021


Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)