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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



O escritor Alberto Mussa conta a história do primeiro registro de homicídio no Rio de Janeiro, em webinar da EMERJ


O escritor Alberto Mussa conta a história do primeiro registro de homicídio no Rio de Janeiro, em webinar da EMERJ
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Na noite do dia 15 de março, o Fórum Permanente de História do Direito promoveu o webinar “O Rio de Janeiro e o seu Primeiro Homicídio”, por meio das plataformas Zoom e Youtube.


O advogado Daniel Sampaio revelou o caso da primeira serial killer do Rio de Janeiro: “Bárbara dos Prazeres era uma portuguesa que ficou conhecida como a bruxa do Arco do Teles. Ela vem para o Rio de Janeiro com o marido e, pouco tempo depois, se apaixona e comete adultério. Com isso, resolve, junto com o amante, assassinar o marido. Pouco tempo depois, também mata esse amante. Ela acaba se tornando uma prostituta no Arco do Teles. Passado um tempo, se envolve com feiticeiros para continuar jovem e bela. Para fazer seus rituais, sequestrava crianças. A Intendência de Polícia do Rio de Janeiro a procurava, mas não a encontrava. Isso gerou pânico no Rio. Raramente crianças eram vistas na rua depois que começaram esses crimes. Após um tempo, os crimes pararam e o corpo de uma mulher foi encontrado na Baía de Guanabara.


Consideraram que era Bárbara dos Prazeres, a primeira serial killer do Rio de Janeiro”.


Daniel Sampaio é bacharel em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, memorialista do Estado do Rio de Janeiro, colunista na revista Veja Rio e fundador do instagram @RioAntigo.


O palestrante Alberto Mussa falou sobre a sua obra “A Primeira História do Mundo” (A história de um assassinato envolvendo 60 pessoas, em 1567 no Rio de Janeiro) publicada em 2014: “Me inspirei no livro de Elysio Belchior, um dicionário biográfico de todas as pessoas que viveram no Rio de Janeiro no século 16. Achei interessante o registro de Jerônima, uma mulher casada com determinado cidadão, um mecânico que trabalhava com as mãos, portanto, não podia ter nobreza e terra. Ele morre assassinado com oito ou sete flechadas. Eu acho interessante a dúvida, porque se as flechas estavam lá, por que a dúvida? Ele morreu por causa dela. Foram levados ao processo, 10 suspeitos. No relato, surge um dos sobrinhos e acusa o porteiro da Câmara, mas o porteiro é inocentado desse crime. Anos depois morre assassinado um juiz e esse sobrinho confessa ser o autor do crime, mas o mandante da morte era o porteiro da Câmara. Eu achei essa história muito interessante para criar esse romance. Não sei se foi o primeiro homicídio da cidade dentro do âmbito jurídico do Rio de Janeiro, mas são os únicos citados. Pode ser que exista outro, mas esse é o primeiro registro de homicídio no Rio de Janeiro”.


O escritor brasileiro Alberto Mussa é autor de livros como “Elegbara” (um conjunto de dez contos que abordam de modo original a formação multicultural da identidade brasileira), “O trono da rainha Jinga” (A história trata de uma irmandade secreta de escravos criminosos no Rio de Janeiro do século XVII), “Meu Destino é Ser Onça” (depois de estudar os fragmentos sobre a cultura indígena durante a ocupação da Baía de Guanabara, em 1550, o autor reconstituiu o que teria sido o texto original). Alberto Mussa trabalha com micro-historias, analisando casos concretos para discutir todo o âmbito cultural e jurídico dos primórdios do Brasil em suas obras.


Mussa revelou que a ideia de escrever micro-histórias surgiu após escrever a obra “O trono da rainha Jinga” publicada em 1999: “Depois que eu concluí esse livro é que tive a ideia de estender para um conjunto de romances policiais para cada século, no Rio de Janeiro”.


O evento contou com a participação do presidente do Fórum, juiz Carlos Gustavo Vianna Direito, pós-doutor em História Antiga pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), doutor em Direito pela Universidade Veiga de Almeida (UVA), mestre em Direito pela Universidade Gama Filho(UGF) e autor dos livros: “Manual de Direito Romano”, Do Controle Disciplinar do Juiz À Luz da Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça” e “Do Contrato. Teoria Geral”.


O juiz Alexandre Chini, bacharel em Direito pela UGF e juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e membro do Fórum também esteve presente no webinar.


Para assistir ao webinar acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=TlGGQaFAfgQ&t=3s



16 de Março de 2021


Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)