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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



“Leia os clássicos, pois eles são clássicos porque o tempo mostrou que são bons”, diz palestrante no webinar “Literatura é Direito: Por uma Cultura de Empatia e Alteridade”


“Leia os clássicos, pois eles são clássicos porque o tempo mostrou que são bons”, diz palestrante no webinar “Literatura é Direito: Por uma Cultura de Empatia e Alteridade”
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“Nós temos vivido um momento muito difícil coletivamente, pois lidar com a morte de forma permanente não tem sido fácil. É inegável que o espaço da respiração pela cultura e pela arte é o que nos mantém vivos ao longo deste ano”, disse a juíza Andréa Maciel Pachá, mestre em Saúde Pública pela Fiocruz e presidente do Fórum Permanente de Direito, Arte e Cultura da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ), na abertura do webinar “Literatura é Direito: Por uma Cultura de Empatia e Alteridade”. O evento foi transmitido via plataformas Zoom e YouTube.


O vice-presidente do Fórum, José Roberto de Castro Neves, doutor em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), destacou cinco pontos para que o operador do Direito perceba a importância da leitura para o estudo, aperfeiçoamento e aplicação do Direito: “A leitura estimula o autoconhecimento, ensina a melhor forma de se comunicar, desenvolve a habilidade de interpretar, permite entender a humanidade e transmite cultura”.


Ao final da palestra, Castro Neves sugeriu o que os espectadores aperfeiçoassem a leitura: “Se você não gostou do livro, deixe o livro, pois têm muitos livros bons para serem lidos; Os livros têm seu próprio tempo, pois a sua cabeça pode mudar de uma época para outra; vá à livraria e compre livros; leia mais de um livro ao mesmo tempo, pois um livro descansa o outro; familiarize-se com um autor e leia outros livros dele; releia livros e anote o que você gostou dos livros. Por fim, leia os clássicos, pois eles são clássicos porque o tempo mostrou que são bons”.


A professora Socorro Acioli, doutora em Estudos de Literatura pela Universidade Federal Fluminense (UFF), disse que escrever e relatar uma realidade que não é a sua pode ajudar a dar voz a um determinado povo, porém isso deve ser feito com o devido respeito e cuidado: “Eu tenho uma preocupação muito grande de estar falando do lugar de um deles, pois eu não sou Tremembé, mas por qual motivo não falar se eu tenho leitores? Pois eu posso usar a minha voz para diminuir o silenciamento desse povo, claro que com respeito e a responsabilidade que o grupo merece. Portanto, para mim, a literatura é um campo de liberdade, se esse cerceamento for severo demais nós empobrecemos a literatura”.


“Eu não consigo pensar num escritor que não seja um leitor, pois escrever e ler são indissociáveis. Esse aprendizado eu tive de uma forma muito mais potente pela Literatura do que pela minha formação jurídica, pois lamentavelmente o espaço da formação tem sido cada vez mais utilitário. Há uma necessidade de aproximação das humanidades e da ética em qualquer profissão, principalmente no Direito, pois fica um buraco na formação quando você não tem esse olhar e essa preocupação”, concluiu a juíza Andréa Pachá.


O evento foi gravado e disponibilizado no YouTube. Para assistir, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=Bkp9QRM_rPs


Foto: Rosane Naylor.



28 de junho de 2021


Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)