Fechar

Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



“Inclusão e Reconstrução” é tema de evento na EMERJ


“Inclusão e Reconstrução” é tema de evento na EMERJ
clique na imagem para ampliar

“É um dia muito especial para mim. Estou no fim do meu mandato e esse é o último evento/webinar do qual eu participo como diretor-geral da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ). Além disso, é uma honra muito grande estar na 1ª reunião deste Fórum, criado sob minha gestão. É o primeiro de muitos encontros que acontecerão, espero”, comentou o diretor-geral da EMERJ, desembargador André Gustavo Corrêa de Andrade, na abertura do evento desta quarta-feira, dia 27, promovido pelo Fórum Permanente dos Direitos das Pessoas com Deficiência.


Fevereiro marcará o encerramento do mandato do atual diretor-geral da EMERJ, André Andrade, que esteve à frente da Escola no biênio 2019/2020, e se iniciará o mandato da nova diretora-geral, desembargadora Cristina Tereza Gaulia, eleita com 101 votos (59,41%) para o biênio 2021/2022. https://www.emerj.tjrj.jus.br/paginas/noticias_todas/2020/Desembargadora-Cristina-Tereza-Gaulia-e-eleita-diretora-geral-da-EMERJ.html


Ainda na abertura do encontro, o magistrado comentou: “Vivemos em uma sociedade que é, em muitos sentidos, desigual. Encontramos diversos tipos de preconceitos, inclusive alguns que a maioria das pessoas não conhecem, como por exemplo o capacitismo, que é um preconceito invisível, que atinge pessoas invisíveis perante a sociedade. Ele não é um preconceito explícito, mas está presente nos pequenos detalhes, detalhes esses que não fazemos ideia das dificuldades que algumas pessoas podem encontrar nas coisas mais comuns do nosso dia a dia. O Fórum tem a finalidade de dar visibilidade a um universo de pessoas que são invisibilizadas. É um momento histórico”, disse.


O webinar “Inclusão e Reconstrução” também reuniu a presidente do Fórum, juíza Adriana Laia Franco; o ministro do Superior Tribunal de Justiça Marco Aurélio Bellizze; as médicas Carla Gikovate e Izabel Maria Madeira de Loureiro Maior; e a presidente da Comissão da Mulher do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Deborah Prates. O evento foi realizado via plataforma Zoom e também no canal oficial da EMERJ no YouTube.


A presidente do Fórum, juíza Adriana Laia Franco, comentou: “No Fórum, falaremos muito sobre inclusão para a igualdade, mas essa inclusão precisa ser vista de uma forma que não seja uma deferência à pessoa com deficiência. A inclusão precisa ser vista sob o prisma da reconstrução social, cultural e arquitetônica dos espaços”.


“Fico muito honrado em estar presente no evento de hoje e de integrar esse Fórum. Todos nós temos nossas deficiências, algumas maiores, outras menores, e também temos conhecidos e parentes deficientes, que precisam de apoio. Precisamos conversar a respeito do assunto”, ponderou o ministro Marco Aurélio.


Em sua fala, a médica Izabel Madeira, que é cadeirante, falou a respeito das dificuldades encontradas. A médica chamou a atenção para a tecnologia, que, em suas palavras, pode ser um trunfo para os deficientes.


“Antigamente, achávamos que bastava colocar uma rampa de acesso em uma calçada e os obstáculos estariam retirados da vida das pessoas que usam cadeira de rodas. Achávamos que colocando piso tátil daríamos a direção e apontaríamos o caminho para os cegos. Hoje, temos um grande trunfo, que é a tecnologia. Para que as pessoas com deficiência estejam de fato incluídas em todas as situações da vida, é preciso que a tecnologia esteja à disposição da sociedade como um todo. É sempre bom lembrar que a deficiência pode nos encontrar em qualquer momento da vida”, disse.


Também falando a respeito das dificuldades, a presidente da Comissão da Mulher do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Deborah Prates, citou exemplos de situações diárias nas quais ela e todos os cegos encontram dificuldades, como entrar em uma loja e solicitar um produto, por exemplo. Porém, assim como a médica Izabel Madeira, que citou a tecnologia, Deborah Prates falou a respeito de uma situação que passou via internet.


“Certa vez, estava precisando de um assento de vaso. Acessei a internet e cliquei em um vídeo de um assento que me interessou. O problema é que o vídeo usava termos como “veja aqui...”, “você deve introduzir esse parafuso ali...”, “aqui vocês pegam…”. Eu fiquei ouvindo aquilo e pensando: “Meu Deus!”. Os advérbios de lugar nos excluem, eu e todas as pessoas cegas. Nós não sabemos o que é o “aqui”, ou o “lá” no vídeo. O fornecedor deve usar outra metodologia para atingir a todos. Isso é capacitismo”, contou.


Para assistir à transmissão completa, acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=easEE7yvv14&ab_channel=Emerjeventos



28 de janeiro de 2021