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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



“Acredito que a educação é o único caminho para esse país, e essa interação com alunos e professores é algo muito bom”, diz juiz e autor em leitura do programa Livro Aberto


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Na última sexta-feira, dia 22, a Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) exibiu a terceira e última leitura de contos de sua terceira temporada, voltada para o público infanto-juvenil. O projeto da Biblioteca TJERJ/EMERJ - Desembargador José Carlos Barbosa Moreira é promovido pela Comissão de Biblioteca e Cultura da Escola e dirigido por Silvia Monte.


No evento, que teve a presença de professores e alunos das escolas municipais Pedro Américo, Orlando Villas Boas e Toquio, foi realizado o lançamento e leitura do livro O Misterioso Caso da Clínica Esperanto, do juiz Luiz Eduardo de Castro Neves, que participou da roda de conversa.


O livro


Na obra, o juiz Luiz Eduardo Neves levanta questões sobre ética e conhecimento, como: “O que é o conhecimento sem a visão da ética?” A história conta os casos misteriosos que estão ocorrendo na Clínica Esperanto, uma clínica tradicional. Os pacientes dela foram acometidos por uma estranha doença que os faz perder a memória.


A sinopse do livro: “Um dia, Gustav, um paciente da clínica Esperanto, sofre um apagão de memória e aparece com um hematoma atrás da orelha. Em seguida, o mesmo ocorre com outros pacientes da clínica. Que conspiração bizarra deve haver por trás disso? Quando o enfermeiro Eugênio e Catarina, a filha de Gustav, decidem investigar, não imaginamos que o misterioso caso levará a uma discussão ética sobre o futuro da humanidade”.


Leitura e roda de conversa


Exibido via plataformas Zoom e YouTube, com tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras), o evento reuniu magistrados do Poder Judiciário para a leitura e, posteriormente, para um debate a respeito da obra.


Participaram da leitura os desembargadores Ana Maria Pereira de Oliveira, presidente da Comissão de Biblioteca e Cultura da EMERJ, e Renato Charnaux Sertã e os juízes Luiz Eduardo de Castro Neves, Rosana França e Ricardo Andrade.


O juiz Luiz Eduardo, autor do livro, revelou que nunca ouviu pessoas adultas lendo suas obras, destacou a importância da educação para o futuro e falou de como teve a iniciativa para escrever livros.


“Para mim, foi um momento muito marcante. Já ouvi crianças lendo meus textos, mas adultos, nunca. Ouvir sua história em voz alta é até engraçado. Acredito que a educação é o único caminho para esse país, e essa interação com alunos e professores é algo muito bom. Sempre gostei de escrever, foi algo que sempre fui fascinado. Com meus filhos, percebi que poderia abordar formas diferentes de debater alguns temas que me tocam e me fazem pensar em como resolver de formas diversas, então comecei a escrever”, disse o magistrado, que se disponibilizou a doar exemplares de todas as suas obras para as escolas que participaram do encontro.


“Para todas as escolas que estão aqui presentes no evento, darei esse e todos os meus outros livros para ficarem nas bibliotecas. Meu objetivo em contribuir com os livros é a educação”, concluiu.


Questionada por um aluno sobre o que é ser magistrado e qual é a função em específico de um desembargador, a desembargadora Ana Maria Oliveira respondeu: “Os desembargadores são os juízes mais velhos [brincou]. Eles julgam os recursos das decisões dos juízes. O juiz dá uma sentença, uma das partes não gosta do resultado, então a pessoa pode recorrer, apresentar esse recurso. Isso não será julgado pelo mesmo juiz da decisão anterior, e sim por um desembargador”, explicou.


O desembargador Renato Sertã destacou a participação das crianças na roda de conversa.


“Além de se dedicar à literatura, o Luiz Eduardo também se dedica à música. Essa sensibilidade dele com a arte foi algo que sempre me encantou. Fico muito feliz com um evento como esse, de ver tantos alunos por suas câmeras, pois nós sentimos falta desse contato, desse calor humano”, disse.


“Além de ter uma questão médica no livro, também há uma transmissão de conhecimento, de como você o disseminará para próximas gerações. O conhecimento se transmite de uma pessoa ou há uma construção do conhecimento, na base do ensino? No livro, há essa discussão e vejo como algo muito interessante. É um livro muito instigante”, disse o juiz Ricardo Andrade.


A juíza Rosana França elogiou o programa Livro Aberto, o qual, segundo ela, aproxima o Poder Judiciário da sociedade.


“Gostaria de parabenizar a iniciativa da EMERJ, em parceria com o juiz Luiz Eduardo, de estarmos nesse diálogo com alunos das escolas municipais. Como juíza, sou entusiasta da educação, do acesso dos alunos à informação, algo que quanto mais, melhor. Precisamos de uma igualdade, seja na rede pública ou privada. Um evento como o de hoje estreita esse contato, aproxima o Judiciário da sociedade, dos alunos. Quem sabe, com isso, não incentivamos alguém a ser magistrado ou escritor? Vocês, alunos, sempre precisam ter a vontade de ir além, de sempre avançar no conhecimento”, afirmou.


Juiz do Futuro


Outra iniciativa da EMERJ está com inscrições abertas até o dia 3 de novembro, o concurso “A EMERJ e o Juiz do Futuro”, que visa receber redações dos alunos dos ensinos fundamental e médio de toda rede pública do estado. Os autores dos melhores textos serão premiados com notebooks, tablets ou celulares, e as escolas dos alunos premiados receberão computadores.


Para saber mais sobre o concurso, acesse: https://www.emerj.tjrj.jus.br/paginas/noticias_todas/2021/inscricoes-para-o-1-concurso-de-redacao-do-projeto-A-EMERJ-e-o-Juiz-do-Futuro-abrem-em-setembro.html


Para assistir à transmissão completa da última leitura da terceira temporada do programa Livro Aberto, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=DlB-hXxfpvs



Fotos: Guilherme Metello



25 de outubro de 2021


Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)